“Ainda falta oportunidade de trabalho para Campo do Tenente, mas vamos reverter essa situação”, diz vereador

Para o vereador e presidente da Câmara, Gustavo Vizentin, o tenenteano precisa se deslocar para as cidades vizinhas em busca de trabalho. Realidade que pode mudar com a geração de novos empregos na cidade.

Fotos: Douglas Dias

 

 

O vereador pelo PSL, Gustavo Brun Ribas Pinto Vizentin, 26 anos, foi um dos quatro vereadores reeleitos e é o segundo vereador mais jovem a presidir a Câmara Municipal de Campo do Tenente.

 

Em entrevista exclusiva ao Riomafra Mix, Gustavo destacou os trabalhos frente ao legislativo, sua relação com o pai, atual prefeito de Campo do Tenente e dos projetos para os próximos ano. Para ele, mudar o cenário econômico do município é possível, para isso é preciso focar na geração de emprego e renda para a população.

 

Vereador, como o senhor avalia o primeiro ano de sua gestão frente à Câmara Municipal?

O primeiro ano de mandato foi de muito trabalho na Câmara. Nesta última semana, por exemplo, fizemos a devolução de R$ 187 mil a Prefeitura, nossa indicação é destinar parte deste recurso, em torno de R$ 100 mil, para a compra de um terreno onde será construído o Parque Industrial do município. Já o restante do valor, será destinado para uma unidade móvel de saúde. Vamos inaugurar um consultório médico para atender as comunidades que não têm posto de saúde. Isso vai levar mais saúde e estrutura para nossa população do interior.

 

O que a população de Campo do Tenente pode esperar para o próximo ano?

Mais uma vez, será um ano de muito trabalho. Ainda temos muita coisa para fazer na Câmara. No primeiro ano trabalhamos na reforma do telhado. Mas agora, temos que estruturar a parte elétrica e investir em novos equipamentos de trabalho. Além disso, pretendemos manter a gestão de recursos da melhor forma possível para beneficiar a população. Com os vereadores, nós tivemos um bom contato no primeiro ano e acredito que continuaremos esta parceria em 2022. Foram quase 30 projetos de lei do legislativo aprovados neste primeiro ano. É um número bastante expressivo para Campo do Tenente. Nunca tivemos uma Câmara tão atuante e esperamos seguir assim nos próximos anos para que o município continue em constante desenvolvimento.

 

O fato do seu pai ser o prefeito, ajudou na sua gestão?

Eu até brinquei na sessão de posse que fica mais fácil de fiscalizar o prefeito se ele é seu pai. A gente sabe que as demandas que os vereadores levam para Câmara não são particulares, são demandas do povo; e como presidente, posso fazer esse meio de campo entre o Executivo e o Legislativo. Acredito que como filho consegui promover este diálogo com meu pai e ter passe-livre para cobrar e atender as demandas dos vereadores da melhor forma possível.

 

Quem chega em Campo do Tenente, percebe um rápido crescimento na área da construção civil. Como você vê essa expansão do município?

Esse segmento hoje gera muitos empregos para nós tenenteanos. Esse crescimento está fazendo com que muitas empresas se instalem no município, gerando cada vez mais empregos diretos e indiretos. E com a construção do novo Parque Industrial, esse número será ainda maior. Novas cooperativas, condomínios, construções privadas e municipais estão previstos para os próximos anos, assim como investimentos em infraestrutura, pavimentação e a construção de uma ciclovia entre a rua Olivio Belich e a BR-116. Temos várias emendas de deputados federais e estaduais que estão para se concretizar e podem gerar mais obras e desenvolvimento para Campo do Tenente.

 

Campo do Tenente tem uma população extremamente carente. Como mudar esse problema?

Acredito que a população precisa e quer trabalhar, mas falta oportunidade. Tem gente que mora aqui e precisa se deslocar para as cidades vizinhas, em busca de trabalho. Quem sabe, com a geração de novos empregos aqui, consigamos reverter essa situação.

 

2022 será ano de eleições. Você acha que a região tem chance de emplacar um nome no legislativo estadual?

Existem alguns nomes, mas por enquanto ainda não temos projeções fortes para ocupar uma cadeira no Estado. Em Rio Negro, um nome forte é o do ex-prefeito Milton Paizani. Tenho uma consideração enorme pelo trabalho feito por ele nos seus últimos mandatos, mas não sei se ele tem esta pretensão. Acredito que o último deputado que tivemos na região foi há quase 30 anos. Precisaríamos ter mais união entre os municípios para conseguir eleger um novo candidato. Se tivéssemos um representante, conseguiríamos mais recursos e investimentos para nossos municípios.

 

Como funcionou o projeto do Parlamento Jovem realizado em 2021?

Fizemos uma parceria com os alunos do ensino médio do Colégio Estadual Victor Bussmann. Tivemos 9 vereadores eleitos pelos alunos e 4 eleitos pelos professores. O objetivo do projeto foi trazer o jovem para a política, desde o voto ao trabalho no legislativo. Eles aprenderam a fazer indicações, requerimentos e projetos de lei. Sempre dizem que os jovens são o futuro do país, mas depois do parlamento, eu acredito que eles são o presente. Eles podem participar desde pequenos do cenário político e ajudar os vereadores e prefeitos a melhorarem a cidade. Tivemos, inclusive, projetos bem interessantes propostos por eles que já estamos estudando para colocar em pauta no parlamento e tornar lei municipal. Foi uma experiência única, que motiva todos os vereadores. Acredito que para 2022, vamos continuar com o projeto. Além do Parlamento Jovem, queremos implantar a Câmara Mirim para alunos menores, de 12 a 15 anos, de outras escolas do município.

 

Uma de suas promessas de campanha eram as sessões itinerantes, quando elas terão início?

Em 2021, no começo do mandato, eu falei que tínhamos esse interesse, mas por conta do covid-19, não conseguimos estar nas comunidades para as reuniões. Porém, este ano, entre março e abril, acredito que já tenhamos nossa primeira reunião itinerante. Pretendemos estar nas quatro maiores comunidades do município: Lageado, Ribeirão, Buriti e Serrinha. Estamos fazendo o planejamento para que ocorra a cada dois meses. Acredito que esta seja uma forma de manter um contato maior com a população, com cada cidadão tenenteano.