Cleber Odorizzi

Formado pela Associação de Sommelier de SC, o especialista fala do mundo dos vinhos, trazendo curiosidades, formas de cultivo de uvas e outras tendências.

Vinhos de Altitude de SC conquistam Indicação Geográfica

Qualidade dos vinhos finos produzidos na região é reconhecida devido às características de solo, altitude, clima, variedades de uvas e por técnicas de cultivo.

Foto: Divulgação

 

 

Novidade em 2021, Santa Catarina recebeu mais uma denominação de Indicação Geográfica (IG) para Vinhos de Altitude de Santa Catarina, abrangendo 29 municípios: Água Doce, Anitápolis, Arroio Trinta, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Brunópolis, Caçador, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Curitibanos, Fraiburgo, Frei Rogério, Iomerê, Lages, Macieira, Painel, Pinheiro Preto, Rancho Queimado, Rio das Antas, Salto Veloso, São Joaquim, São José do Cerrito, Tangará, Treze Tílias, Urubici, Urupema, Vargem Bonita e Videira.

 

Poucos sabem, mas o reconhecimento inicial e concessão de registro de uma indicação geográfica, é um grande passo para o crescimento da vinicultura, turismo e crescimento.

 

Fruto de enorme dedicação da Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos de Altitude (Acavitis), acompanhada da atuação dos agentes estatais como Epagri, UFSC e outros, auxiliará no aumento de qualidade e turismo para Santa Catarina.

 

É importante entender que a definição de regiões possibilita ao consumidor escolher produtos que seguem os padrões definidos para a região, tendo informações como clima, solo, paisagem, aspectos socioeconômicos todas presentes intrinsicamente.

 

As indicações são únicas e expressam o trabalho e criatividades dos produtores de cada região e, principalmente, atestam a qualidade dos vinhos.

 

Pelos registros, essa foi a 9ª indicação concedida em todo território brasileiro.

 

“As Indicações Geográficas identificam vinhos originários de uma área geográfica delimitada quando determinada qualidade, reputação ou outra característica são essencialmente atribuídas a essa origem geográfica. No Brasil, existem duas modalidades de Indicações Geográficas: a Indicação de Procedência (IP) e a Denominação de Origem (DO). A IP se aplica às regiões que se tornaram reconhecidas na produção de vinhos. Já na DO, os vinhos apresentam qualidades ou características que se devem essencialmente ao meio geográfico, incluídos os fatores naturais e os fatores humanos”.

 

Após a concessão da indicação, é possível trabalhar para a obtenção de uma Denominação de Origem (DO). Essas nomenclaturas já existem no mundo do vinho e podem ser encontradas como: AOC, DOCG, DOC, DOCQ, IP, IG.

 

As variedades autorizadas para o receber selo de controle numerado exclusivo da IP para os vinhos de Altitudes são: Aglianico, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Garganega, Gewurztraminer, Grechetto, Malbec, Marselan, Merlot, Montepulciano, Moscato Bianco, Moscato Giallo, Nero d’Avola, Petit Verdot, Pignolo, Pinot Noir, Rebo, Refosco dal Peduncolo Rosso, Ribolla Gialla, Rondinella, Sangiovese, Sauvignon Blanc, Sémillon, Syrah, Touriga Nacional e Vermentino.

 

Outros requisitos de produção e vinificação também devem ser seguidos. Um deles, cito, utilização de 100% das uvas produzidas na área delimitada, ou seja: em áreas de altitude. Isso permite ao consumidor a escolha de um produto regionalizado, com identificação. Não é raro, por exemplo, vinícolas comprarem produções de outras regiões para produção do vinho, mas nestes casos, o selo não será recebido.

 

Podemos comemorar todos os dias a evolução do vinho nacional e principalmente os nossos de Santa Catarina.