Daniel Petreça

Um olhar preventivo e científico sobre bem-estar, qualidade de vida e atividades físicas.

O poder da alimentação para nossa saúde

Melhorar os hábitos alimentares pode prevenir uma em cada cinco mortes em todo o mundo.

Foto: Divulgação

 

 

As opções alimentares são decisivas para a nossa saúde. Nosso corpo é um recinto sagrado e os alimentos são o combustível para a vida. Quando você tem um carro você precisa abastecê-lo. Quando o posto vende combustíveis de baixa qualidade ou má procedência o seu carro irá sofrer. É comum ocorrer redução da potência do motor, entupimento dos bicos injetores, problemas nas velas, e uma grande dor de cabeça.

 

A solução para isso é abastecer em um posto de combustível confiável não é mesmo? Deveríamos pensar igualmente quando escolhemos o que comemos.

 

Sabe-se da forte relação entre hábitos alimentares e o aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis como as cardiovasculares, diabetes, hipertensão e até câncer.  Hábitos alimentares ruins afetam todas as pessoas, crianças, adultos, idosos, homens e mulheres.

 

Quero muito compartilhar com vocês resultados de um grande estudo realizado com dados de mais de 195 países. Eles avaliaram o consumo de 15 fatores de risco alimentares e quantificaram qual seria o impacto da ingestão desses alimentos no risco de morte e de acometimento para doenças.

 

Foi analisado a ingestão de frutas, verduras, legumes, grãos, nozes e sementes, leite, carne vermelha, carne processada, bebidas adoçadas com açucar, fibras, cálcio, óleos e sódio.

 

Os dados preocupam

Foi verificado que quase todos os alimentos e nutrientes saudáveis ​​foram consumidos abaixo do ideal.  As maiores lacunas estão entre a ingestão de nozes e sementes (12%), leite (16%) e grãos inteiros (23%).  Em contraponto, os alimentos e nutrientes não saudáveis ​​excederam o nível ideal. Por exemplo, o consumo de bebidas adoçadas com açúcar foi muito maior do que a ingestão ideal. O consumo de carne processada foi 90% maior do que a quantidade ideal e de sódio 86%.

 

O que significam esse números?

Que poderíamos evitar muitas mortes no mundo e manter uma saúde positiva. Estima-se que 11 milhões de mortes no mundo, em 2017 foram atribuíveis a fatores de risco da alimentação. Os campeões dessa relação foram: alta ingestão de sódio (3 milhões de mortes), baixa ingestão de grãos inteiros (3 milhões de mortes) e baixa ingestão de frutas (2 milhões de mortes)

 

No Brasil

Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico realizado pelo Ministério da Saúde revelou que em 2019 cerca de 22,9% da população adulta tinha consumido frutas e hortaliças dentro do recomendado (400 gramas por dia).

 

A frequência do consumo de refrigerantes em cinco ou mais dias da semana foi de 15% e o consumo de alimentos ultraprocessados (àqueles que sofrem processamento e acabam perdendo a estrutura, cor, sabor, e é preciso adicionar emulsificantes, aromatizantes, corantes, entre outras substâncias) foi de 18,2%.

 

Faça escolhas saudáveis

Você não precisa deixar de comer as coisas que gosta. Porém, a palavra de ordem é “equilíbrio”. Desembale menos e descasque mais, esse é o segredo. Cuide também das quantidades. Lembre-se da sua responsabilidade individual na escolha dos alimentos.