Douglas Dias

O empresário, jornalista e teólogo traz uma palavra de fé, motivação, trabalho e esperança.

Teologia na era da globalização

A globalização ascendeu com as Grandes Navegações, porém, efetivou-se de fato no final do século XX, e resultou numa gigantesca quebra de fronteiras.

 

A globalização é descrita como um fenômeno que envolve a tecnologia, economia, política e cultura, ou seja, é um conjunto de transformações que afeta positivamente ou negativamente, cada pessoa do globo terrestre, isso porque, interliga cada indivíduo dentro de uma grande rede, também chamada de Aldeia Global. E é está grande aldeia, que se propõem a oferecer a oportunidade de aproximar as pessoas de diferentes países aos produtos e serviços disponíveis de um determinado local.

 

Com uma origem que remonta há séculos, a globalização ascendeu com as Grandes Navegações, porém, efetivou-se de fato no final do século XX, e resultou numa gigantesca quebra de fronteiras, quando expandiu as transações financeiras e os negócios até então restritos ao mercado interno, para os mercados distantes e emergentes.

 

Diante desta nova realidade social, onde está a teologia? E qual é o impacto que isso causa na religiosidade das pessoas, ou, na forma como elas reinventam suas crenças? Ao que tudo indica, a globalização tem provocado o crescimento do sincretismo religioso. Por isso, não podemos pensar ou definir a globalização apenas como o fluxo da cultura dominante, mas também em tudo e no todo exotismo cultural possível.

 

Até porque, a religião passou a ser relativa, gerando no consenso popular a idéia de que todas as verdades religiosas são igualmente verdadeiras e cabe a cada um escolher a que lhe mais responde suas indagações. Hoje, por exemplo, cada religião expõe sua filosofia e princípios na Internet, e cada um capta essas crenças como bem entender. O mesmo ocorre com a TV, onde o espectador pula de um canal a outro e como um freguês escolhe mercadoria desejada entre inúmeras ofertas e produtos.

 

Se antes as pessoas tinham dificuldade de mudar de religião, hoje a migração é facilmente aceita. Mas vale lembrar que a fé cristã zela muito por sua identidade e a experiência da fé marca a diferença. E talvez a única forma de não nos perdermos dentro da sincretização religiosa, é buscar nossos valores, e fortalecê-los dentro dos pilares da teologia bíblica.

 

Autoconhecimento, empatia e ética são três palavras chaves dentro de uma teologia contemporânea e isso é fundamental para administrar bem os relacionamentos, autoconhecimento implica reconhecer nossos traços de comportamento, o impacto que causamos nos outros e que comportamentos dos outros nos incomodam.

 

A empatia trata-se de considerar os outros, suas opiniões, sentimentos e motivações. Sem isso, não há como chegar a uma negociação ganha-ganha, fruto de um relacionamento equilibrado. A empatia também nos torna capazes de enxergar além do próprio umbigo e ampliar nossa percepção da realidade com os pontos de vista dos outros. Entre as várias coisas que se pode fazer para praticá-la, a mais básica é saber ouvir.

 

Por fim a ética, ser ético é ter atitudes que não prejudiquem os outros, não quebrem acordos e não contrariem o que se considera certo e justo.

 

Fortalecer esses pilares traz melhorias não só para nossas crenças, mas também para as outras áreas da vida – familiar, afetiva, social, de amizade.