Jéssica Machado

A psicóloga aborda saúde mental, autoestima, autoconhecimento, sexualidade e amor próprio.

Nossa criança interior e sua influência em nosso “eu” adulto

A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos.

Foto: Divulgação

 

 

Não importa quantos anos você tem, a criança que um dia você foi ainda vive e influencia a sua vida.

 

O conceito de “criança interior” é um termo usado pela psicologia para definir essa parte íntima, ligada às crenças e aos afetos que foram construídos na infância. Em maior ou menor grau, essa criança que fomos, ainda carrega em nós seus anseios e carências. Essa criança precisa ser cuidada para o equilíbrio da nossa vida emocional.

 

Dependendo do que você recebeu dos pais e do ambiente em que se desenvolveu, sua criança interior pode trazer em seu íntimo: criatividade, alegria, intuição, sensibilidade, autenticidade, mas também rancor, medos, culpa, solidão, desamor e obsessões.

 

A criança interior é tão importante que podemos considerar que ela é a mais fiel representação de quem verdadeiramente somos, já que nossos impulsos são amplamente influenciados pela percepção que a criança interior tem da vida.

 

Saiba que a autoestima é resultado da interação entre sua criança interior e o mundo. Todos nós temos ou tivemos feridas emocionais. A cura da criança interior envolve a capacidade de ouvi-la, abraçá-la, acolher seus sentimentos, educá-la e colocar-lhe limites saudáveis sobre suas reações e comportamentos.

 

A conexão com a criança interior permite a cura dos medos e conflitos, assim como recupera toda a ternura e capacidade de amar.

 

Quando nos esquecemos, não nos importamos e não servimos a nossa criança interior, nossas necessidades, emoções, desejos e sonhos são frustrados. Entramos em conflito entre nossos pensamentos e nossos sentimentos. Se esse conflito não for resolvido, estaremos nos abandonando ou nos traindo.

 

Quando vivemos desconectados de nossa criança interior, criamos confusão, descontentamento, solidão e infelicidade em nossas vidas. E assim, inicia-se um ciclo vicioso de busca por amor, aprovação, aceitação e apoio de outras pessoas. Mas o que realmente precisamos não está no outro, mas na escuta e acolhimento que podemos dar a nossa criança interior. Ninguém pode fazer isso por nós.

 

Revisitar as lembranças de infância através da psicoterapia, é um caminho de descoberta e de desenvolvimento do nosso amor por nós mesmos. Todo amor que podemos dar inicia pelo amor que podemos nutrir por nós mesmos.

 

Eu encorajo você a começar essa jornada. Cure suas feridas, recupere sua ternura, criatividade e capacidade de amar. Esse processo é feito aos poucos e com paciência. Sua criança ainda vive e pede um pouco de atenção.

 

Será um prazer te acompanhar nessa jornada!