Talita Walter

Engenheira florestal fala sobre meio ambiente e sustentabilidade, ligados a Rio Negro, Mafra e região.

Descarte do lixo eletrônico: a nova preocupação para o meio ambiente e a saúde humana

No Brasil, apenas 3% do “Resíduo de Aparelhos Eletroeletrônicos” (RAEE) é descartado de forma adequada.

Foto: Talita Walter/Divulgação

 

 

Uma nova preocupação para o meio ambiente e a saúde humana: o descarte incorreto do lixo eletrônico.

 

É notório o aumento do consumo de bens eletrônicos nos últimos tempos, ao observar uma família com seus celulares, computadores, eletrodomésticos. Podemos perceber o quanto somos dependentes dos eletrônicos e nos perguntarmos quanto desse material é descartado anualmente.

 

Só no Brasil, em 2020, foi gerado 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico, o campeão da América Latina. Os números tendem a aumentar devido à obsolescência programada dos produtos, o avanço da tecnologia e o incentivo ao consumo.

 

O que chamamos popularmente de “lixo eletrônico”, na verdade, poderíamos e até deveríamos chamar de Resíduo de Aparelhos Eletroeletrônicos (RAEE), pois os aparelhos são compostos por materiais que podem ser reutilizados e/ou reciclados.

 

O dado preocupante é que no Brasil, apenas 3% do RAEE é descartado de forma adequada. O RAEE contém substâncias tóxicas e perigosas que podem contaminar o solo, rios e águas subterrâneas se descartados na natureza. Outro exemplo é que água contaminada pode ser utilizada para consumo humano ou produção de alimentos, causando perigo à saúde.

 

Portanto, precisamos criar consciência quanto ao descarte correto do RAEE. A destinação adequada permite que os materiais sejam reutilizados e reciclados evitando a extração da matéria-prima da natureza, diminuindo o impacto ambiental tanto pela extração quanto pela contaminação e afastando os riscos à saúde humana.

 

A alternativa ideal ao “lixo eletrônico” é a logística reversa, onde a responsabilidade do descarte correto e reciclagem é dos consumidores, comerciantes, distribuidores, importadores e fabricantes.

 

Para nós, consumidores, cabe descartar o material de forma correta:

– Doação ou venda de aparelhos que ainda funcionam

 

– Trocar seu aparelho antigo por desconto em um novo

 

– Descarte em cooperativas e associações que recebem esse material e destinam a empresas responsáveis pela reciclagem, o que é lixo para você pode se tornar uma forma de renda a essas entidades

 

– Em comércios responsáveis por receber esses materiais

 

– Em campanhas realizadas por ONGs ou entes públicos

 

– Em postos de descartes.