“Planalto Norte soube aproveitar as oportunidades que surgiram”, destaca Wellington

Ao avaliar seu governo, Wellington destacou a geração de emprego, a evolução tecnológica dos processos e o relacionamento entre os poderes.

 

O prefeito de Mafra e presidente da Associação dos Municípios do Planalto Norte (Amplanorte), Wellington Bielecki (PSD), falou sobre pandemia, desenvolvimento de Mafra e do Planalto Norte. Ao avaliar seu governo, também destacou a geração de emprego, evolução tecnológica dos processos e a equipe técnica que montou, que segundo ele, foram fatores que impulsionaram o município frente as demandas que surgiram.

 

2020 foi um ano atípico, ninguém planejou pandemia e as restrições sociais vigentes. É possível tirar algo bom deste ano? O que ficará de experiência?

Foi um ano atípico em todo o mundo, devido à pandemia. Nós saímos de 2019 de uma crise econômica. O Brasil e o mundo estavam voltando a crescer e logo, em 2020, nos deparamos com esta pandemia. Fomos pegos de surpresa, porque o mundo não sabia como lidar com isso e ainda está com grande dificuldade. No entanto, tivemos coisas boas para destacar no Planalto Norte. Nossa região teve a grande oportunidade de ver novas empresas se instalando aqui, como a Kromberg & Schubert. Tivemos o anúncio e início das obras da fábrica de biodiesel da JBS que vai mudar todo o cenário econômico da nossa região. Com esse desenvolvimento, muitas empresas estão migrando, não somente para Mafra, mas para todo o Planalto Norte. Tivemos a diversificação de mercados, hipermercados e grandes companhias, conseguindo mudar o cenário e a forma de servir a população, estimulando a concorrência e preços. Se você for lembrar, aqui em Mafra, quando chegava sábado depois do meio-dia, os mercados fechavam. Houve uma grande resistência no início, mas hoje houve uma adaptação que gerou muitos empregos. O comércio começou a faturar mais e a população ganhou na prestação do serviço. No meio da crise econômica, outras regiões não se desenvolveram tanto, diferente do Planalto Norte. Como presidente da Amplanorte, nós abrimos os braços para receber estas empresas, indústrias e cooperativas. Os investidores conseguiram entender a questão da pandemia e os grandes empresários visionários olharam para o Planalto Norte. Fizemos também uma tratativa com a Havan para a instalação em São Bento do Sul e agora, em Mafra. Também conseguimos aprovar a duplicação da BR-116 com a ANTT, tudo isso durante uma pandemia. Os momentos de crise são momentos de oportunidade e o Planalto Norte soube aproveitar as oportunidades que surgiram. Nossa região é altamente produtiva e nosso povo trabalhador.

 

O senhor rompeu algo que já estava se tornando comum entre os prefeitos de Mafra, o impeachment. Em sua opinião a harmonia entre os poderes deve continuar em 2021?

Este foi um dos principais objetivos quando assumi a gestão, a harmonia entre os poderes. Isso depende muito da figura do prefeito. Às vezes você tem vereadores muito bem intencionados, mas também existem os projetos políticos de cada um. E isso, claro, gera muitas divergências e o prefeito precisa aprender a lidar com isso e levar este sentimento para sua equipe. Queira ou não queira, é um jogo de habilidade a arte de governar. A política é o extremo de como saber lidar com as pessoas e cada um tem seus objetivos, seus sonhos e propósitos. E você como prefeito, precisa entender isso. Em Mafra, criou-se uma tradição de sempre cassar o prefeito. Com isso, a gente precisou criar um bom relacionamento e administrar a prefeitura com harmonia entre os poderes. Hoje tenho a sensação de dever cumprido e estou muito satisfeito com esta relação.

 

Sua gestão foi marcada pela geração de emprego e renda. Além desta, qual outra contribuição pode ser atribuída a sua gestão e porquê?

O maior legado foi colocar a prefeitura de Mafra no mundo digitalizado. A evolução tecnológica nos proporcionou alvarás e notas digitais. Também tivemos a oxigenação de funcionários na área tributária. A administração em geral, os secretários, em sua grande maioria, são técnicos e isso ajudou a prefeitura a estar em dia e nos trilhos. A harmonia entre o prefeito e os poderes foi extremamente importante. Estes foram grandes legados. Mas minha maior dedicação foi receber os empresários e desenvolver o município economicamente. Quem atendeu os empresários fui eu em meu gabinete. Acredito que esse diálogo fez com que muitos empresários se sentissem confortáveis. Isso foi de fundamental importância para a vinda destas empresas.

 

Quais são suas perspectivas de futuro para Mafra?

A expectativa de crescimento, desenvolvimento econômico e qualidade de vida são muito boas. Já estamos nos trilhos, só falta colocar mais lenha na locomotiva para não termos como segurar Mafra. Os investidores estão vindo porque existem estudos que apontam o crescimento da cidade. Eles não viriam se não estivéssemos crescendo e melhorando a questão do IDH. Hoje temos um Hospital Regionalizado, uma maternidade, universidades, o curso de Medicina, ou seja, um conjunto de fatores que trouxeram o desenvolvimento econômico. Nós ainda precisamos de mais infraestrutura, sem dúvidas. Esse foi um erro drástico, mas é um reflexo do passado, na criação de loteamentos irregulares que os grandes loteadores fizeram. E como faremos para melhorar isso? É o grande desafio que o próximo prefeito tem. Agora que a prefeitura está bem melhor e mais organizada, talvez consigamos melhorar essa questão do asfaltamento. Eu tenho certeza que o crescimento da cidade é inevitável.

 

Nossa região clama por melhorias na infraestrutura de sua malha rodoviária, o acesso a muitos municípios ainda é precário. A Serra Dona Francisca, que nos liga ao litoral, é outro ponto que precisa de revitalização urgente. Onde estão esses recursos? Quais caminhos os novos gestores podem procurar para uma solução definitiva?

Ainda buscamos a duplicação da BR-280 até a BR-101 e também a SC-418. Porém, existem questões políticas para a garantia de recursos federais. Outra questão seria o pedágio com mais faixas terceirizadas para aumentar o fluxo do trânsito. Essa questão inviabiliza a ida e vinda de investidores de Rio Negrinho e São Bento do Sul. Para a melhorias destas rodovias, isso depende de recursos e verbas federais ou através da privatização das rodovias. É um estudo que precisa ser feito.

 

A questão financeira será um fator de preocupação para os prefeitos no pós-pandemia?

Municípios que estão com uma boa questão financeira não terão tantas dificuldades a partir do ano que vem. Nós percebemos que a arrecadação de recursos aumentou no estado. Logo, a participação dos municípios tem melhorado. A questão da política federal mostra uma descentralização de recursos. Eu acredito que a partir do ano que vem, muita coisa vai acontecer. Na questão da pandemia, os reforços que vieram para os municípios não foram só promessas e aconteceram. Hoje eu vejo que a política federal vai levar ainda mais melhorias para os municípios, como a questão do Pacto Federativo. Isso trará as mudanças que tanto queremos. A arrecadação pós pandemia está aumentando em todos os setores e a política governamental está dando gestos de que vai descentralizar estes recursos. Mais para os municípios e menos para Brasília. O Governo Federal está vindo de encontro aos anseios das prefeituras e gestores públicos.

 

Em 2022 teremos seu nome no pleito Estadual?

Eu insisti em ser prefeito e não deu certo. Quando eu já tinha desistido, fui chamado para tentar resolver os problemas do município. Aí fui à reeleição com quase 90% dos votos. Quem manda no destino do homem público não é ele, mas sim, o povo. Vamos deixar para ver o que o povo acha daqui dois anos. O sentimento e a sensibilidade de um homem público com certeza, vão me guiar para a melhor decisão.