Eleições municipais dispersaram poder em SC

Velhos caciques perderam espaços cativos em cidades importantes, como foi o caso de Joinville e Blumenau.

 

As eleições de 2020, que teve sua rodada final com o segundo turno no último domingo em Blumenau e Joinville, dispersou o poder político dos partidos em Santa Catarina. Velhos caciques perderam espaços cativos em cidades importantes, como foi o caso de Joinville e Blumenau.

 

O partido Novo elegeu seu primeiro prefeito no país, o empresário Adriano Bornschein, e que vai comandar a maior cidade do estado (Joinville). O Podemos Mário Hildebrandt ficou com três prefeituras. O PSL, outro partido que não tinha expressão ficou elegeu 13 prefeitos e o PL fez 23.

 

Apesar de perderem espaços, MDB, Progressistas (PP), PSD e PSDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos. O MDB conquistou 96 prefeituras, entre elas Itajaí, Jaraguá do Sul, Brusque, Camboriú e Gaspar.

 

Um estudo do grupo de pesquisa Callipolis, ligado ao Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), divulgado nesta segunda-feira (30), mostra exatamente isso.

 

O grupo de pesquisadores coordenado pelo professor Leonardo Secchi criou o Índice de Força Partidária Municipal (IFPM), uma escala expressa em porcentagens que mede o poder político de cada partido no Estado. Além do número de prefeitos e vereadores eleitos, o índice leva em conta o peso de cada município, com base em sua população e força econômica, medida pelo produto interno bruto (PIB) local.

 

Um dos fatores que contribuiu com a pulverização do poder foi a regra que obrigou o lançamento de chapas “puras” para o poder legislativo, sem coligações. Isso levou a um aumento expressivo do número de candidatos a prefeito e vereador e a uma fragmentação ainda maior. “A simplificação partidária esperada pela Emenda Constitucional 97/2017 provocou efeitos contrários de curto prazo”, explica o professor Leonardo Secchi.

 

Como resultado, o poder dos maiores partidos recuou. A força somada dos quatro maiores partidos (MDB, PSD, PSDB e PP), que chegava perto de 80%, caiu abaixo de 60%. Também houve recuo dos partidos de esquerda e centro esquerda (PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB), que agora somam menos de 5% da força política em Santa Catarina.

 

Por outro lado, houve avanço de partidos como DEM, Podemos, Novo, PL, PSL e Republicanos. Estes partidos também passam a administrar as três maiores cidades do estado: Joinville (Novo), Florianópolis (DEM) e Blumenau (Podemos). “Isso pode ser um indicativo de novas coalizões e novo padrão de disputa partidária nas eleições de 2022 em Santa Catarina”, avalia Secchi.

 

Passamos o Rio

Santa Catarina ultrapassou o Rio de Janeiro e atingiu a 4ª posição do ranking nacional de estados com os mais casos de covid-19 oficialmente confirmados. A informação é do relatório o Necat/UFSC e mostra que o estado alcançou a média de 29 mortos por dia, um aumento de 93% em relação aos últimos 14 dias. Uma semana antes, a média era de 19 mortos por dia. Foram mais 31,6 mil pessoas infectadas e 200 mortes por coronavírus no estado nesta última semana. A taxa de crescimento de casos em relação a semana passada é de mais 10,5%. Até o último domingo, 29, o estado somava 358.997 casos confirmados, com 324.940 pessoas recuperadas e 3.721 mortas pela doença.

 

MDB

Com 822 vereadores eleitos no Estado, o MDB permanece como líder em cadeiras nas câmaras municipais. Ainda que menor em relação a 2016 (847), o número representa 28,4% das 2.890 vagas em disputa. A quantidade é quase 70% superior ao do segundo colocado (PP, com 497). A partir de 1º de janeiro, 278 (94,2%) das 295 cidades catarinenses terão emedebistas no Legislativo.

 

Mais jovens

O maior crescimento da pandemia se deu entre pessoas com idade entre 10 e 29 anos. As informações de novos casos no mês novembro por faixa etária mostram que casos entre pessoas com idade entre 10 a 19 e 20 a 29 anos tiveram os maiores percentuais de crescimento: ambos com 38%. Além disso, a faixa etária de 0-9 anos de idade sofreu aumento de 26% de contaminados; as faixas entre 30 e 59 anos tiveram aumentos entre 35 e 36%.

 

Tecnologia

O Oeste catarinense recebe nesta semana mais um incentivo para fortalecer a cultura de inovação e tecnologia com a inauguração do Centro de Inovação ACATE Deatec (CIAD). A Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) conta com uma rede de polos regionais, nas cidades do interior do Estado, e esta é a primeira das parcerias que conta com um centro de inovação. A ACATE está presente em todas as regiões do estado por meio de seus nove polos regionais.