O segundo pico da mesma onda

Há uma semana das eleições, ninguém parece mais tão preocupado com o avanço da doença. As mortes passaram a ser um número que só cresce e as promessas estão sempre ligadas a um resultado positivo nas urnas no próximo fim de semana.

 

Santa Catarina volta registrar UTIs lotadas, crescimento de novos casos de infecção e de mortes. Na Grande Florianópolis, o número de infecções em outubro passou o registrado em julho, que junto com Blumenau e Itajaí concentram 60% dos casos da doença.

 

O cenário existente na microrregião de Florianópolis vem mudando desde o final do mês de setembro. A taxa de crescimento passou de 7% na primeira semana de outubro para 8,5% na segunda semana, 12% na terceira semana e, finalmente, 14% na última semana de outubro, sempre apresentando a maior taxa dentre todas as 20 microrregiões do estado – segundo a divisão geográfica do IBGE. Já na primeira semana de novembro essa taxa ficou ao redor de 11%, quando em todas as demais microrregiões a taxa de crescimento dos casos não ultrapassou a 5%.

 

No entanto, as respostas das autoridades já não são as mesmas de meses atrás. Há uma semana das eleições, ninguém parece mais tão preocupado com o avanço da doença. As mortes passaram a ser um número que só cresce e as promessas estão sempre ligadas a um resultado positivo nas urnas no próximo fim de semana.

 

No Estado, a governadora comemora a liberação do tratamento precoce, com a liberdade de prescrição médica para medicamentos como a cloroquina, mas não parece tão preocupada em priorizar medidas que evitem o contágio em si.

 

A pandemia cansou a população, de fato, ninguém aguenta mais ficar trancado dentro de casa, mas a ilusão artificial de que tudo já passou começa a ter seu resultado na ponta, de novo com profissionais de saúde levados à exaustão, famílias sofrendo, gente morrendo. Os especialistas dizem que não vivemos uma segunda onda, mas sim que ainda estamos nos reflexos da mesma pandemia que iniciou em março. E com isso, a confiança de que Santa Catarina sairia mais rápido, ou melhor que outros estados, dessa crise, se esvai.

 

Imunidade

Um grupo de pesquisadores e professores ligados ao Hospital Universitário, ao Departamento de Análises Clínicas do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSC e ao Hospital Nereu Ramos, está desenvolvendo uma pesquisa com cerca de 200 pacientes que tiveram a Covid-19 para verificar, entre outras coisas, por que o organismo das pessoas reage de forma diferente à doença, qual é o tempo em que é possível se considerar imunizado e como o organismo reage à infecção ao longo do tempo.

 

Arma no debate

O simulacro de um revólver calibre 38 foi encontrado durante o intervalo do debate entre os candidatos a prefeito de Joinville promovido no sábado à noite pela TV Brasil Esperança (TVBE). A arma, munida com balas de chumbinho, estava em cima de um biombo no banheiro masculino, de uso restrito dos candidatos. Ela foi achada por James Schroeder (PDT), que a entregou a Nelson Coelho (Patriota), comandante da reserva da Polícia Militar. A PM foi chamada, ouviu depoimentos e abriu boletim de ocorrência e o encaminhou para a Polícia Civil, que executará a investigação. Apesar do incidente, a TVBE confirmou a realização de um segundo debate com a presença dos candidatos, marcado para a próxima quinta-feira, dia 12, às 21 horas.

 

Dona Justa

A Justiça Federal em Santa Catarina está lançando um canal de comunicação por meio do WhatsApp, exclusivo para prestar informações sobre processos tratando do auxílio emergencial durante a pandemia do novo coronavírus. O número é 48 3251 2644 e o atendimento será prestado de forma automática, pela assistente virtual que foi chamada de Dona Justa. Os juizados especiais federais já receberam, até 6 de novembro, 6.529 processos sobre o auxílio, com 4.581 casos julgados.

 

Açaí de SC

O açaí, fruto da palmeira Juçara, vem sendo explorado por agricultores familiares catarinenses, que tiram dele o sustento sem comprometer a biodiversidade da floresta. A Juçara é uma espécie florestal típica do sub-bosque da Floresta Atlântica de Santa Catarina, mas foi explorada desde a década de 60 para obtenção de palmito a ponto de ser incluída nas espécies ameaçadas de extinção. Agora, por meio de cultivo agroflorestal, ela vem sendo preservada para a obtenção dos frutos.