Novos depoimentos podem mudar os rumos de investigação sobre assassinato do prefeito eleito de Piên

Julgamento acontece nesta terça-feira (21), no Fórum de Rio Negro. Expectativa é de que a Justiça chegue a um veredito.

 

 

O controverso depoimento do ex-secretário de Viação e Serviços Rodoviários de Piên, , à Justiça de Rio Negro no processo que investiga o assassinato do prefeito eleito de Piên, Loir Dreveck, em 2016, promete uma reviravolta no caso.

 

Isso por que em juízo, Antonio Negrelli admitiu ter omitido fatos relevantes para as investigações do crime em depoimento à polícia. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por crime de falso testemunho.

 

Transportou a moto do crime

Antônio Negrelli Gabardo, que foi candidato a vereador pela chapa de oposição a Loir Dreveck, em 2016, foi o responsável por buscar e transportar a moto usada no assassinato do prefeito eleito de Piên. No entanto, Negrelli omitiu da polícia, em depoimento na delegacia de Rio Negro, fatos a esse respeito. Mais do que isso, omitiu que buscou a moto junto com os acusados de assassinar Dreveck, Orvandir Arias Pedrini, o Gaúcho, e Amilton Padilha, apontado como o piloto da moto e atirador.

 

Adversário político de Loir Dreveck e do ex-prefeito Gilberto Dranka (réu no processo), Antonio Negrelli Gabardo, admitiu ter omitido informações importantes. Em juízo, quando questionado pelo Ministério Público e pelo juiz de direito Rodrigo Morillos sobre as razões de não ter contado tudo o que sabia, Negrelli disse “não saber do que se tratavam os fatos”.

 

Moto do crime

Em juízo, Antônio Negrelli confessou que buscou a moto usada para o assassinato de Loir Dreveck em São Bento do Sul, no estado vizinho de Santa Catarina. Contou que estavam como ele Orvandir Arias, o Gaúcho, e Amilton Padilha. Negrelli revelou ainda que cobrou R$ 50,00 de Gaúcho para buscar a moto. Que o veículo foi retirado em um posto de gasolina durante a noite. Ele não soube dizer o dia da semana em que isso ocorreu, mas que o transporte aconteceu semanas antes do crime.

 

Destino da moto

Antonio Negrelli afirmou que levou a moto para sua casa naquela noite e a descarregou na oficina de Gaúcho na manhã seguinte. Segundo ele, Gaúcho e Amilton ajudaram a descer a moto da caçamba de sua caminhonete, uma Montana de cor branca.

 

Versão desmentida

A versão de Antonio Negrelli é desmentida por outras duas testemunhas ouvidas pela justiça de Rio Negro. Dois mecânicos que trabalhavam na mesma oficina disseram que nunca viram a moto usada no crime na oficina. Disseram também não ter visto Antonio Negrelli chegar com a moto, na caçamba de sua caminhonete, muito menos ter visto ele descarregado uma motocicleta na oficina.

 

Linha de investigação

Agora, com a data do julgamento popular de Gilberto Dranka, Leonides Mahhs e Orvandir Arias, o Gaúcho, marcada para o próximo dia 21 de junho, na Comarca de Rio Negro, a expectativa é de que a justiça consiga esclarecer com os novos depoimentos qual foi o real destino da moto usada no crime e qual o real envolvimento de Antonio Negrelli com os acusados da morte de Loir Dreveck.

 

Antonio Negrelli tornou-se secretário de Viação e Serviços Rodoviários de Piên após a eleição de João Padeiro, em 2019. O grupo de Negrelli e Padeiro havia sido derrotado nas eleições de 2016 pelo grupo político de Loir Dreveck e Gilberto Dranka.

 

O grupo então chegou ao poder após a realização de uma eleição suplementar em razão da morte do prefeito da cidade, Livino Tureck, vítima de um câncer. Tureck era o vice-prefeito eleito na chapa de Loir Dreveck. Ele fez campanha com a doença em estado avançado, bastante debilitado assumiu a Prefeitura com a morte de Dreveck, em 2016.