Projeto da Afubra coleta 22 mil quilos de sementes em 20 anos de atividade

Ação promove a conscientização ecológica e a educação ambiental em escolas e comunidades do Sul do país.

Fotos: Divulgação/Afubra

 

 

Sensibilizar as pessoas para a preservação ambiental. Esse é o objetivo principal da Bolsa de Sementes, uma das ações do Verde é Vida, programa permanente de educação socioambiental e rural da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Em 20 anos de atividades, a Bolsa de Sementes já coletou 22.217,4 quilos de sementes de espécies nativas, no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Essa coleta só foi possível pela parceria com professores, alunos e pais e com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

 

Através do projeto, as sementes de espécies nativas são coletadas pela comunidade escolar das regiões e enviadas para o Laboratório de Silvicultura e Viveiro Florestal da UFSM, onde é realizada triagem seletiva por meio da análise visual do estado morfológico e sanitária das sementes. Após a triagem, as sementes viáveis são armazenadas em câmara fria, ficando disponíveis para a doação.

 

Para a professora Maristela Machado de Araújo, professora titular da UFSM e coordenadora do projeto dentro da universidade, o trabalho cumpre com um papel relevante à sociedade e ao meio ambiente. “Conservarmos florestas nativas, mantemos a qualidade e quantidade de água nos rios, viabilizamos habitat aos polinizadores, entre outros benefícios, que permitem otimizar a produção agrícola, pecuária e silvicultural”, explica.

 

O coordenador geral do Verde é Vida, Adalberto Huve, destaca a importância da parceria com as escolas e com a universidade. “Acreditamos que estamos no caminho certo, pois, nestes 20 anos, temos relatos de ações de recuperação e preservação ambiental realizadas pela Bolsa. Foi um longo caminho de adaptações e dificuldades, principalmente, de logística, mas, aos poucos, vamos vencendo os percalços”.

 

Adalberto se refere à fragilidade das sementes. “Nos primeiros anos, sofremos muito com a logística para conseguirmos enviar para a universidade, no tempo mais rápido, as sementes que nossas escolas coletavam. Hoje, esse espaço de tempo diminuiu muito, pois envolvemos nossas filiais e nossa frota de caminhões, que nos trazem as sementes rapidamente”, explica Huve. Devido à essa fragilidade de algumas espécies de sementes, existe uma diferença no que foi coletado nestes 20 anos e no que, realmente, são sementes viáveis, que puderam ser distribuídas e doadas: cerca de 14 toneladas foram viáveis nos 20 anos da Bolsa.

 

Adalberto revela que, além do cunho ambiental, a Bolsa de Sementes dá um retorno financeiro às escolas parceiras. “São 136 espécies nativas que constam na Bolsa e, cada uma delas, tem um valor condicionado. Então, as escolas coletam as sementes e, ao final de cada ano, recebem um cheque para ser trocado por mercadorias nas lojas da Agro-Comercial Afubra. É uma forma de valorizarmos o esforço dos alunos, professores, pais e da comunidade escolar”.

 

 

Comemoração

Para comemorar o êxito nos objetivos da Bolsa de Sementes, uma série de atividades foi organizada pela equipe do Verde é Vida. Uma delas será o plantio de uma muda de Ipê Amarelo em cada município onde a Afubra tem filial, para marcar a parceria com a Bolsa de Sementes. “Optamos por um plantio no município sede, onde a Afubra tem sua casa, mas, esse plantio é extensivo à parceria com cada município que faz parte da Região de Atuação da Bolsa”, explica Adalberto.

 

Outra ação será o plantio de uma muda de Ipê Amarelo na Universidade Federal de Santa Maria, agendada para o dia 9 de junho, com a presença da Afubra e da reitoria. “São 20 anos de uma belíssima parceria que rendeu muitos frutos. Será um marco para seguirmos em frente, sensibilizando nossos alunos, professores, pais e comunidade e contribuindo para a preservação e recuperação do meio ambiente. A Universidade, para a Afubra, é uma parceira fundamental”, destaca Adalberto.

 

Entretanto, a comunidade também fará parte das comemorações. Serão distribuídos 20 mil envelopes com sementes de Ipê Amarelo, totalizando 427 mil sementes. “Essas sementes são as coletadas pelas nossas escolas parceiras, que estavam armazenadas na universidade. Com isso, estamos devolvendo às comunidades o trabalho desenvolvido”, diz o coordenador. Mas, por que o Ipê Amarelo? O Ipê Amarelo é considerado a flor símbolo do Brasil. “Com a escolha, além de incentivar o plantio de árvores, também incentivamos a cidadania”.

 

Números

A equipe do Verde é Vida reuniu os números dos 20 anos de ação da Bolsa de Sementes. “Temos muitas escolas cadastradas na Bolsa, porém, em alguns anos, algumas delas não realizaram coletas, por um motivo e outro. Atualmente, são 61 municípios, distribuídos em 14 regiões de atuação do Verde é Vida, incluindo Mafra e Rio Negro. Também vale destacar que, ao longo destes 20 anos, foram sendo inauguradas filiais da Agro-Comercial Afubra e, com isso, expandida a área de atuação do Verde é Vida e da Bolsa de Sementes”, finaliza Adalberto.

 

– Araranguá/SC – 332,2 quilos;

– Arvorezinha/RS – 7,2 quilos;

– Camaquã/RS – 314,9 quilos;

– Cachoeira do Sul, Candelária e Agudo/RS – 1.100,1 quilos;

– Herval d’Oeste/SC – 643,2 quilos;

– Imbituva e Irati/PR – 2.811,2 quilos;

– Rio Negro/PR e Mafra/SC – 2.190,4 quilos;

– Rio do Sul e Ituporanga/SC – 1.291 quilos;

– Sobradinho e Arroio do Tigre/RS – 2.801,2 quilos;

– Santa Cruz do Sul – 7.170,3 quilos;

– São Lourenço do Sul e Canguçu/RS – 409,1 quilos;

– São Miguel do Oeste/SC – 1.785,8 quilos;

– Tubarão e Braço do Norte/SC – 846,6 quilos;

– Venâncio Aires/RS – 514,2 quilos.