Motociclista riomafrense fala sobre viagens e aventuras sobre duas rodas

José Nelson Notari iniciou sua trajetória em 2003 e pegou gosto pela estrada, percorrendo vários países da América do Sul e América Central.

Nesta segunda-feira (27) é comemorado o Dia do Motociclista, data que homenageia amantes do veículo em todo o país.

A possibilidade de fazer uma viagem de moto ao sabor do vento constitui uma aventura inesquecível e garante bons momentos de diversão e liberdade. Pelo menos é o que revela o motociclista riomafrense José Nelson Notari, um dos pioneiros do moto clube Rota Livre.

Notari iniciou sua trajetória sob duas rodas em 2003 quando aprendeu a pilotar. Segundo ele, a primeira viagem foi até Rio Negrinho e na época, sua maior dificuldade era realizar as curvas na rodovia. Com o tempo e aprendizado, o motociclista foi pegando gosto pelo veículo e após seu primeiro destino de moto para fora do país, no Uruguai, ele decidiu reunir amigos e amantes de moto e formar o grupo Rota Livre.

“Iniciamos as atividades em 2005. Não somos uma entidade, apenas um grupo apaixonado por motos que viaja juntos. Hoje temos membros em Piracicaba, São Paulo, Lagoa Vermelha, Curitiba, Riomafra e até na Argentina”, conta.

Segundo Notari, o grupo proporcionou momentos inesquecíveis e viagens repletas de aventura. Dentre as viagens, uma das mais marcantes foi para a cidade de Ushuaia, na Argentina. De lá, eles navegaram até o Canal de Beagle e seguiram para o farol do Fim do Mundo, um dos lugares mais remotos da América do Sul. O percurso durou cerca de 10 quilômetros e 29 dias de viagem, contando a volta para o Brasil.

Outra viagem inesquecível foi o Deserto do Atacama, no Chile. Apesar das belas paisagens, a altitude foi um problema durante o percurso. “Você sai de uma altitude de 700m e pode chegar até os 4.170m. Nestas subidas, a moto precisa ser injetada. Se for carburada, ela não se ajusta à falta de oxigênio, dificultando a mobilidade. Já o piloto pode enfrentar tontura e sentir náuseas no processo”, conta.


De acordo com Notari, esses problemas fazem parte do dia-a-dia do motoqueiro, mas muita coisa pode ser evitada com planejamento e segurança. Uma dica para viajantes iniciantes é pesquisar a moeda do local, conhecer as condições de altitude e clima e ter uma moto bem revisada.

“A melhor moto é a sua moto, a que você gosta e confia, não importa o modelo. Além disso, o motociclista precisa ter uma identidade com a moto, sonhar com as viagens e se incomodar quando ela está parada. Para começar nessa jornada, é preciso ter esse espírito de aventura”, revela.

Mais do que viagens, para Notari estar na companhia da moto é viver a liberdade da estrada e criar uma irmandade com os demais pilotos. “Só a moto é capaz de proporcionar esse sentimento. Você sentir o cheiro da estrada, o vento no rosto. Viajar de moto proporciona uma sensação diferente do que estar preso dentro de um carro. É um sonho desfrutar desta paixão”, finaliza.