Dezembro Laranja: dermatologista esclarece dúvidas sobre o câncer de pele

A campanha “Dezembro Laranja” foi criada com o objetivo de prevenir o câncer de pele por meio de ações de divulgação e mutirões de atendimento gratuito para detecção precoce da doença.

 

O câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente em toda a população mundial, tanto em homens, quanto em mulheres. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final deste ano de 2020, estima-se 185 mil novos casos de câncer de pele no Brasil, sendo que, deste total, 8,4 mil corresponderão a novos casos de melanoma, o tipo mais agressivo e potencialmente letal dentre todos.

 

Segundo o dermatologista, Gabriel Martinez Andreola, os cânceres de pele são divididos em melanoma e não melanoma. “Neste último grupo estão os mais frequentes, que são o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular, menos agressivos, mas que podem causar lesões funcionais e estéticas. Quando descobertos no início, a chance de cura desta doença maligna pode chegar a até 90%”, disse.

 

A exposição à radiação ultravioleta (RUV) excessiva proveniente do sol, sem proteção, pode provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento do câncer. Pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos, quem se expôs muito ao sol, principalmente desde a infância, e quem tem histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença.

 

“Estima-se que 80% da RUV que nos submetemos em toda a nossa vida foi adquirida até os 18 anos de idade. O bronzeamento artificial também oferece alto risco de desenvolvimento de câncer de pele, mais do que a exposição aos raios solares, porém, desde 2009, quando foram consideradas cancerígenas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), as câmaras de bronzeamento foram proibidas no Brasil”, explica o dermatologista.

 

As regiões mais comuns para o aparecimento dos carcinomas da pele são as áreas mais expostas ao sol, como rosto, cabeça, pescoço, nariz, lábios e dorso das mãos. A faixa etária varia um pouco em relação aos subtipos, mas geralmente ocorre em pacientes acima dos 40-50 anos. O tratamento do câncer de pele é cirúrgico, na maioria das vezes.

 

A campanha “Dezembro Laranja”, foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) em 2014 com o objetivo de prevenir o câncer de pele por meio de ações de divulgação e mutirões de atendimento gratuito para detecção precoce. Neste ano, devido a pandemia, a campanha será exclusivamente no formato digital. Para mais informações, clique aqui.

 

De acordo com Gabriel, é preciso evitar a exposição excessiva à radiação solar, composta pelos raios UVB (ultravioleta B), responsáveis pelas queimaduras solares, e UVA (ultravioleta A), responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele, principalmente entre 9 e 15 horas.

 

“A radiação UVA penetra mais profundamente na pele quando comparada com a radiação UVB e sua intensidade varia pouco ao longo do dia, sendo intensa não somente em dias de sol, mas também com o céu nublado, por isso é fundamental utilizar protetor solar diariamente e que esse protetor solar indique a proteção contra UVA e UVB”, recomenda Gabriel.

 

Ainda segundo o dermatologista, quem tem tatuagem deve redobrar os cuidados, pois as tintas escuras usadas nas imagens podem encobrir possíveis lesões precursoras do câncer de pele. “O melanoma, por exemplo, possui uma alteração celular com muito pigmento, assim como as tatuagens, dificultando a análise da estrutura celular durante os exames”.

 

O profissional também recomenda adotar medidas simples de proteção como o uso de filtro solar com FPS acima de 30, bonés, chapéus, roupas com proteção contra a RUV, além de garantir o cuidado com o excesso de exposição solar e manter um acompanhamento anual e periódico com um dermatologista.

 

Tipos de câncer de pele mais comuns

 

Carcinoma basocelular

É o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifestam por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade.

 

Carcinoma espinocelular

É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor e possuem sangramentos.

 

Câncer de pele melanoma

Apesar de corresponder apenas cerca de 10% dos casos, é o mais grave pois pode provocar metástase rapidamente – espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano – e levar à morte. É conhecido pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato rápido. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento.