Famílias de jovens desaparecidos em Rio Negro continuam sem respostas
Medo, angústia, saudade e busca por respostas mobilizam famílias.

A falta de resposta, a ausência do filho ou de qualquer notícia há quase dois anos é o que tira a alegria de Josiane Vrant. Seu filho, o jovem Felipe Brant de Souza, foi até a Praça Weber, em Rio Negro para conversar com amigos e nunca mais voltou.
Para Josiane, a falta de resposta também por parte da polícia, só aumenta a dor e a angústia da família.
“Desde o dia 25 de dezembro de 2019, eu não sei o que é dormir em paz. Minha vida mudou totalmente. Não temos resposta há dois anos, falaram apenas que iam investigar o caso, mas até agora nada”, declarou a mãe.
Com a chegada do novo delegado, Vinicius Maciel, a expectativa das famílias é que os casos de desaparecimento sejam solucionados e os culpados sejam condenados.
Familiares do jovem Ademir Moreira Junior, desaparecido dois meses antes de Felipe, em dia 12 de outubro de 2019, também aguardam por notícias. Eles lembram de Ademir, como um rapaz de família e sempre disposto a ajudar.
Em ambos os casos, as famílias suspeitam que a motivação para os desaparecimentos esteja ligada a dívidas com drogas. Ademir devia R$ 300, e isso, lhe custou a vida.
Para a Polícia Civil, a demora na conclusão dos casos, pode estar atrelada a falta de informação, em ambos os casos. Segundo o delegado Vinicius Maciel, o boletim de ocorrência trazia apenas informações genéricas do desaparecimento.
“Estes caso são bem antigos. Para investigar se houve um possível crime sobre a vida destas pessoas, temos que formalizar depoimentos e instaurar um inquérito policial. Entretanto, conforme vai passando o tempo, fica cada vez mais difícil elucidar um caso de homicídio”, disse.
O delegado também pede que tanto a família quanto a população façam as denúncias, a identidade será mantida em sigilo absoluto. “O depoimento pode ser feito como forma de testemunha protegida na unidade policial. Dentro deste contexto, há um regramento de como esse depoimento é feito, sem identificar a testemunha”, concluiu o delegado.
As famílias não acreditam que os jovens estejam vivos. A esperança é que os restos mortais sejam encontrados, para garantir um sepultamento digno e que os culpados sejam responsabilizados.