Campanha incentiva denúncias de violência contra a mulher
Clube Soroptimista de Rio Negro e embaixadores do Dia Laranja realizam todo ano, ações de conscientização sobre o tema.

Embaixadores e membros do Clube Soroptmista de Rio Negro uniram forças para dar visibilidade ao Dia Laranja, campanha que acontece nos dias 25 de todos os meses do ano, pelo fim da violência contra a mulher.
O objetivo da campanha é incentivar uma reflexão sobre a cultura machista e conscientizar a população sobre a importância do respeito aos Direitos Humanos e sobre a necessidade de denunciar casos de violência doméstica.
Em Riomafra, os embaixadores do Dia Laranja realizam ações em prol da data desde 2014, com palestras em escolas e empresas, distribuição de materiais gráficos em feiras e pedágios e diversas outras ações de conscientização.
Em 2020, por conta do isolamento social, o ativismo acontecerá de forma virtual. Na próxima segunda-feira (13), o grupo vai promover uma live com o apoio do curso de Farmácia da Universidade do Contestado, sobre a campanha do Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica.
Através da campanha, a vítima pode mostrar um X vermelho na palma da mão para que o atendente ou o farmacêutico entenda tratar-se de uma denúncia e em seguida acione a polícia e encaminhe o acolhimento da vítima.
Rede de apoio
Segundo a psicóloga clínica do Clube Soroptimista de Rio Negro, Vitória Maria Frighetto Hirt, com a pandemia, a presença do agressor em casa aumentou consideravelmente. “Seja pelo desemprego dele ou da mulher, o agressor aumentou sua possibilidade de manter a vítima sob seu controle. Outros fatores que propiciam o comportamento violento estão relacionados ao uso de álcool e drogas, à tensão que aumenta naturalmente entre os casais, além de privações, questões com filhos e convivência em tempo integral”, disse.
Em abril, quando o isolamento social imposto pela pandemia já durava mais de um mês, a quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no Disque 180 cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH).
Apesar do maior volume de denúncias, o aumento da violência doméstica ainda escapa das estatísticas dos órgãos de segurança pública. A razão é que, isolada do convívio social, a vítima fica refém do agressor e é impedida de fazer um boletim de ocorrência na delegacia.
De acordo com Vitória, a denúncia não é uma decisão fácil para a vítima. “Muitas vezes, ela não consegue ver uma saída para depois da denúncia.
Precisamos de toda uma rede de proteção para que ela se encoraje, que familiares e amigos estejam dispostos a defendê-la e abrir as portas para ela. Em Rio Negro temos um abrigo para vítimas que decidirem sair de casa, mas a maioria das cidades brasileiras não tem. E, os vizinhos precisam ser mais solidários quando perceberem que alguma violência está acontecendo. A violência contra as mulheres e meninas não pode ficar invisível”, revela.
Denúncias
Os canais online, como as delegacias eletrônicas para registro de boletim de ocorrência, são alternativas importantes para quem passa pela quarentena em situação de violência.
Os casos de violência ou assédio, a qualquer hora do dia ou da noite, também podem ser comunicados pelo telefone 190. Para os casos não emergenciais, o Disque 180 ou o Disque 100 também recebem denúncias e oferecem orientações.