O que esperar deste inverno no Paraná?
Frio mais intenso, geadas frequentes e chuvas dentro da média marcam a estação de 2025.


O inverno começou oficialmente às 23h42 de sexta-feira (20). A estação será marcada por menor volume de chuvas, temperaturas mais baixas, maior probabilidade de formação de geadas e a persistência de nevoeiro, fenômenos que já foram frequentes durante boa parte do outono em quase todas as regiões do Paraná.
Segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná), o inverno de 2025 terá temperaturas mais frias do que as registradas em 2024, embora ainda ligeiramente acima da média histórica. Já a previsão de chuvas aponta volumes dentro do padrão esperado para a estação.
“No inverno, a distribuição das chuvas ocorre principalmente com a passagem de frentes frias”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar. “Julho e agosto são os meses mais secos do ano no Paraná. A partir de setembro, especialmente na segunda quinzena, a instabilidade atmosférica aumenta devido ao aquecimento mais intenso entre o Centro-Oeste do Brasil e o Paraguai”, completa.
Geadas
Com a chegada mais frequente de massas de ar frio e seco, especialmente após a passagem de frentes frias, o inverno se firma como a estação mais fria do ano.
“Essas massas de ar provocam quedas acentuadas de temperatura em um intervalo de 24 a 48 horas. Quando associadas a ar de origem polar, favorecem a formação de geadas em boa parte do Estado, com menor probabilidade na região Norte”, detalha Kneib.
As regiões com maior propensão à ocorrência de geadas são as mais elevadas do Paraná: Sul, Centro-Sul, Centro, Campos Gerais e o sul da Região Metropolitana de Curitiba. A população pode consultar a previsão de geadas com 24, 48 e 72 horas de antecedência por meio do serviço Alerta Geada, desenvolvido pelo IDR-Paraná em parceria com o Simepar desde 1995. O mapa do alerta está disponível na página inicial do site do Simepar.
Outro fenômeno típico do inverno são os nevoeiros, que continuarão a ocorrer com frequência entre a madrugada e o início da manhã. Para 2025, não há previsão de eventos climáticos atípicos, por isso, a expectativa é de chuvas dentro da média.
“As temperaturas deste inverno serão mais baixas do que em 2024, ano em que bloqueios atmosféricos intensos mantiveram os termômetros acima do normal. Em 2025, o frio deve predominar, ainda que com valores um pouco acima da média histórica”, afirma Kneib.
Médias históricas
Em julho, o Litoral costuma ser a região com maior volume de chuva, variando entre 54 mm e 178 mm. Já o Norte do Estado apresenta os menores acumulados, entre 32 mm e 75 mm. Em relação à temperatura, o Norte também é a região mais quente no mês, com mínimas de 12°C e máximas de 24°C. No Sul do Paraná, os termômetros ficam entre 8°C e 19°C.
Em agosto, o maior volume de chuva historicamente ocorre no Sul, entre 52 mm e 128 mm. O Norte segue como a região mais seca, com precipitação entre 18 mm e 108 mm. As temperaturas mais altas são registradas nas regiões Norte e Oeste, com variações de 13°C a 26°C. No Sul, as mínimas ficam em torno de 8°C e as máximas em 22°C; na Região Metropolitana de Curitiba, variam entre 10°C e 22°C.
Em setembro, as chuvas aumentam em todo o Estado. No Sul, os acumulados chegam a 201 mm. No Norte, variam de 55 mm a 154 mm. As temperaturas também sobem: no Norte e no Oeste, variam entre 15°C e 28°C; no Sul, entre 11°C e 23°C; e na Região Metropolitana de Curitiba, entre 12°C e 23°C.
Outono de 2025
Durante o outono deste ano, o Paraná registrou volumes de chuva abaixo da média histórica em quase todas as regiões. A situação foi especialmente crítica no Oeste e Sudoeste, com destaque para os arredores de Cascavel, onde o déficit foi de aproximadamente 180 mm entre abril e junho. Uma exceção foi uma pequena área no Centro-Sul, próxima ao município de Pinhão, que teve 100 mm acima da média. Em regiões próximas a Paranavaí, a chuva também foi levemente acima do esperado.
Em relação às temperaturas, o outono de 2025 se manteve dentro da média em grande parte do Estado. Não houve registro de temperaturas abaixo da média, mas algumas cidades apresentaram valores levemente superiores. O destaque ficou para Cândido de Abreu, onde os termômetros marcaram até 2°C acima da média para o período.
“O outono de 2025 foi mais frio do que o de 2024. No ano passado, a frequência de sistemas precipitantes foi maior, especialmente nas regiões de divisa com Santa Catarina, o que contribuiu para volumes de chuva mais expressivos”, finaliza Kneib.
Com informações do Simepar.