Conheça o treinamento que o Exército Brasileiro dá para os tripulantes dos carros de combate
O treinamento dos militares do 5º Regimento de Carros de Combate (5º RCC) envolve desde aulas teóricas até práticas em campo, com foco em técnicas de operação, estratégias táticas e ações de sobrevivência.


Eles são grandes, pesados e imponentes. Com seu poder de fogo e tecnologia, os carros de combate Leopard 1A5 BR representam um dos principais símbolos da Força Terrestre brasileira.
De origem alemã, os blindados integram, desde 2012, o arsenal do 5º Regimento de Carros de Combate (5º RCC), em Rio Negro. Ao todo, são 48 unidades prontas para entrar em ação em qualquer ponto do país.
Segundo o tenente-coronel André Rolim, comandante da unidade, a formação dos militares que operam os Leopards é exigente. “O treinamento começa com instruções teóricas em sala de aula e evolui até a prática em campo. A preparação abrange não apenas as habilidades técnicas, mas também aspectos táticos e de sobrevivência”, destaca.

Entre as etapas práticas, um dos recursos utilizados é a torre didática, estrutura que simula com precisão o interior da torre do blindado. “Com esse equipamento, posso ensinar e adestrar minha guarnição com fidelidade ao ambiente real de combate”, afirma o comandante.

Outra fase essencial da capacitação envolve o uso de simuladores virtuais, que recriam fielmente o interior dos carros, desde o painel de controle até os sistemas de pontaria e armamento do atirador. Essa tecnologia permite que os militares treinem de forma segura e imersiva, adquirindo experiência mesmo antes de embarcar em um blindado.
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O Capitão Marcos Bragança, que atua diretamente na formação das guarnições, ressalta a relevância dessa etapa. “Por meio dos simuladores, é possível treinar os quatro integrantes de um carro de combate: comandante, atirador, motorista e auxiliar. Tudo isso em ambientes que reproduzem fielmente o interior da viatura e as interações em situações de combate, inclusive com presença de inimigo”, explica.

Segundo o oficial, o comandante do carro pode acompanhar em tempo real cada engajamento da equipe, como se estivesse em uma missão real. “Os sistemas permitem simulações tanto em condições diurnas quanto noturnas, além de fatores como chuva, neblina e outros desafios climáticos”, completa.
Somente após a conclusão e aprovação nas fases teórica e simulada é que os militares avançam para a simulação viva e para o tiro real. “Nesse estágio, a guarnição é inserida em uma situação tática completa, precisando interpretar corretamente o quadro de combate”, detalha o tenente-coronel Rolim.
De acordo com o comandante, a preparação não termina aí. O treinamento é contínuo e realizado diversas vezes ao longo do ano, com o objetivo de manter a tropa sempre pronta. “É um processo essencial para garantir a capacidade operacional, a agilidade e a destreza dos nossos militares”, finaliza.