Saúde emite alerta sobre aumento de casos de doença meningocócica
Estado registra aumento de casos e mortes por doença meningocócica em 2025; Secretaria de Saúde reforça importância da vacinação e vigilância diante da gravidade da enfermidade.


A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) emitiu, na sexta-feira (27), um alerta sobre o aumento significativo de casos e óbitos provocados pela doença meningocócica. O comunicado foi enviado às 22 Regionais de Saúde, que são responsáveis por orientar os 399 municípios sobre medidas de prevenção, vigilância e assistência.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre janeiro e 21 de junho de 2025 (Semana Epidemiológica 25), o Paraná já registrou 22 casos confirmados e seis óbitos causados pela doença. No mesmo período do ano passado, haviam sido contabilizados 11 casos e nenhuma morte.
As mortes de 2025 ocorreram em Ponta Grossa (dois homens, de 2 e 59 anos), Curitiba (homem de 32 anos), São Jorge D’Oeste (mulher de 48 anos), Céu Azul (mulher de 49 anos) e Wenceslau Braz (homem de 84 anos). Desses óbitos, dois foram provocados pelo sorogrupo C, dois pelo sorogrupo B, e em dois casos não foi possível identificar o sorogrupo.
A doença meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis e pode provocar quadros graves, como meningite e meningococcemia. Devido ao seu alto potencial de transmissão, letalidade e às graves sequelas que pode deixar, especialmente em crianças, é considerada um sério problema de saúde pública.
A Secretaria Municipal de Saúde de Mafra reforça o chamado à população: “Em nosso município, a rede de saúde está sensibilizada e preparada para identificar precocemente os sinais e sintomas da doença. Contamos, ainda, com o suporte técnico da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) e do Laboratório Central do Estado (LACEN) para o acompanhamento e investigação dos casos notificados. Neste ano, registramos duas notificações de meningite, ambas de origem viral. Uma delas envolvia um residente de outro município. Apesar de as formas virais geralmente apresentarem menor gravidade, é fundamental manter a vigilância e a prevenção em dia. As salas de vacinação do município estão de portas abertas para acolher nossa população. A vacinação é segura, eficaz e salva vidas.”
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, também reforçou a importância da imunização: “A vacinação é a principal ferramenta para prevenir as formas mais graves da meningite. Quem passou por isso na família sabe a dificuldade que é tratar. Por isso, contamos com todas as famílias do Paraná para darmos essa demonstração de ciência, saúde e vida, vacinando as nossas crianças e protegendo ainda mais a população paranaense”.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a vacina meningocócica C (conjugada) para crianças a partir de três meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias. A partir de julho de 2025, o reforço aplicado aos 12 meses passará a ser feito com a vacina meningocócica ACWY, que amplia a proteção contra os sorogrupos A, C, W e Y, conforme confirmado pela Sesa.
Em 2024, a cobertura vacinal no Estado foi de 91,56% na primeira dose (menores de 1 ano) e 92,94% no reforço (12 meses), ambos abaixo da meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Além da vacinação, a população deve adotar outras medidas de prevenção, como manter os ambientes bem ventilados, higienizar as mãos com frequência, evitar aglomerações em locais fechados e não compartilhar objetos de uso pessoal. É essencial também reconhecer os sintomas iniciais da doença, que incluem febre, dor de cabeça intensa, vômitos, rigidez na nuca, confusão mental e manchas vermelhas na pele (petéquias). Ao primeiro sinal, é importante procurar imediatamente um serviço de saúde.
Para os profissionais de saúde, a orientação é redobrar a atenção para o diagnóstico precoce, isolamento e início do tratamento o mais rápido possível. A notificação de casos suspeitos ou confirmados deve ser feita em até 24 horas. A Sesa também reforça a importância da coleta adequada de amostras clínicas e a avaliação de contatos próximos dos casos suspeitos, que podem receber quimioprofilaxia, conforme diretrizes do Ministério da Saúde.
Com Informações do Governo do Estado