Mais de dois milhões de anúncios pagos com verba da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) foram identificados em sites inadequados, segundo relatório produzido pela CPMI das Fake News.
Entre os sites que receberam os anúncios, estão páginas com notícias falsas e conteúdos pornográficos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (3) pelo jornal O Globo, que afirmou que os dados foram obtidos pela Lei de Acesso a Informação (LAI).
As publicidades foram direcionadas aos sites pelas plataformas Adwords e Adsense do Google de forma automática. Entretanto, o anunciante pode bloquear sites específicos se assim desejar.
Dentre os 843 canais inadequados estão: 741 canais do YouTube que foram removidos pela plataforma por descumprimento de regras, 47 sites que divulgam notícias falsas, 12 sites com notícias sobre jogos de azar, sete que fazem ofertas de investimentos ilegais e quatro com conteúdo pornográfico.
Segundo o relatório da CPMI, a destinação de verba pública para a promoção pessoal de autoridades pode ser configurada como violação à Constituição Federal.
“A veiculação de anúncios, pela Secom, em canais desse tipo pode gerar questionamento com base no § 1º do art. 37 da Constituição, pois abre a possibilidade de se interpretar tal fato como utilização da publicidade oficial para promoção pessoal, conduta vedada pela Carta Magna”, diz um trecho do documento.
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