Um tanto quanto diferente, não está entre as mais lembradas pelos consumidores brasileiros, mas é uma excelente opção para o verão, principalmente pela sensa-ção de vigor. Apesar de seu sabor neutro, por vezes utilizada para destilação, tem ganhado notoriedade, sendo reivindicada por grandes produtores de qualidade.

O renascimento das cinzas decorre do fato dela ter sido a uva mais desvalorizada de Castilla-La Mancha, mas que tem ganhado destaque justamente pelo trabalho de enólogos como Elías López Montero, com a produção de “Las Tinadas”, o branco salgado e glicérico, que mudou drasticamente a percepção da casta Airén.

Elías López Montero elevou significativamente o nível da colheita de 2018, limi-tando a seleção de uvas aos quatro hectares mais antigos da propriedade de Las Tinadas: vinhas plantadas em pie franco (não enxertadas) em 1950 em solos mui-to rochosos.

Sem procurar aromas que não existem, ele encontrou um branco de graduação moderada, com bom peso na boca, saboroso e persistente. Um ar terroir com personalidade que quase imediatamente ganhou os aplausos da crítica internacional.

Sua produção se deu na Espanha, que hoje, tem a maior extensão territorial de vinhedos do mundo, sendo referência mundial no cultivo e produção das bebidas. Está entre os três que mais produzem, consomem e exportam vinhos no mundo.

Os vinhos elaborados a partir da Airén são bem clarinhos, com reflexos esverdea-dos, caso não passem por barricas de carvalho. Se passarem, se tornam mais complexos e ricos em aromas e sabores. Versátil, essa variedade é usada em vari-etais e blends. Para harmonizar, massas, frutos do mar e peixes são excelentes companhias.

Embora não seja a uva branca mais conhecida entre os enófilos, a Airén é a casta branca mais cultivada do mundo, ficando à frente da Chardonnay e da Sauvignon Blanc. Na Espanha, ela é a mais plantada, passando a tinta Tempranillo.

A Airén é uma uva bastante resistente a climas secos, mas suas videiras devem ser plantadas separadamente, com espaçamento grande entre elas, para que não haja competição pela escassa água. Logo, ela precisa de uma área grande de plantação para um bom rendimento, se comparada a outras uvas.

A irrigação dos vinhedos só passou a ser permitida na Espanha em 1996. Por is-so, a Airén era utilizada anteriormente em vinhos de mesa, os famosos garrafões, e para fazer a aguardente vínica usada na fortificação dos jerezes.

Com a possibilidade de irrigação, os viticultores passaram a usar a Airén também em vinhos finos, que são interessantes e autênticos. Ela é cultivada principalmen-te em Castilla-La Mancha, além de Andaluzia e Valência.

Salud!