Cleber Odorizzi

Formado pela Associação de Sommelier de SC, o especialista fala do mundo dos vinhos, trazendo curiosidades, formas de cultivo de uvas e outras tendências.

Champanhe: bebendo estrelas!

Diferente dos demais espumantes, o champanhe é produzido exclusivamente na região de Champagne, na França. Bebida pode ser fabricada à base das uvas Pinot Noir, Pinot Meunier ou Chardonnay.

Foto: Divulgação

 

 

Que todos já se utilizam da expressão champanhe para designar um espumante, isso não é novidade. Muitos sabem de alguma forma que a denominação champanhe não pode traduzir a leitura de um espumante. Ou seja, o que não é produzido em Champagne se chama espumante. De igual forma, nem tudo que é produzido na região, pode ser chamado de champanhe.

 

Somente se pode chamar de champanhe a bebida feita com uvas da região de Champagne, onde crescem três variedades – Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay -, e seguindo o método tradicional de fermentação dupla, o “método champenoise”.

 

Além disso, a bebida deve ficar pelo menos 15 meses envelhecendo, como o processo de amadurecimento dos vinhos é chamado, para obter as melhores nuances e aromas.

 

Abrir um champanhe permite você sentir algo a mais em um vinho. Em sua melhor forma, pode ser a bebida mais extraordinária: seco, mas com certa doçura de mel; rico, mas refrescante; delicado, mas de encher a boca; fácil de beber, mas oferecendo camadas de diferentes sabores, variando de frutas a nozes e até chocolate preto.

 

Como em qualquer outro produto, apenas a indicação do nome champanhe, não permite concluir que todas essas boas características estejam presentes. Mas é claro que ao comprar um produto de preço elevado, o que mais se espera é que ao beber se tenha àquela explosão de sabores. Muito dessa diferença que pode ser encontrada se dá ao clima. Em alguns locais da região, mais frio e isso impede o bom amadurecimento. Nestes casos, os vinhos serão mais insípidos e ácidos.

 

Champagne desconsidera a filosófica da maior parte dos vinhos franceses: a noção que está no cerne do sistema de appellation contrôlée é a de que o vinho deve expressar o caráter do vinho específico em que as uvas foram cultivadas. O champanhe, entretanto, na maioria das vezes é o corte de vinhos de diferentes locais. Embora haja alguns de vinhos específicos, como o Dom Pérignon, dito como o inventor do champanhe, que credita sua excelência em estilo, estilo, estilo.

 

A lenda conta que ele chegou à fórmula do famoso método de dupla fermentação por acaso e que, quando bebeu pela primeira vez, sentiu em sua boca uma explosão de bolhas e disse aos outros monges: “Venham correndo, estou bebendo estrelas!”.

 

As bolhas do champanhe são resultado de um fungo microscópico, a levedura, que precisa do açúcar para sobreviver e, quando o consome, libera um gás: o dióxido de carbono.

 

A levedura é responsável por transformar o açúcar em álcool através do processo de fermentação.

 

O champanhe é feito por meio de uma fermentação dupla. Na primeira, dificilmente se formam bolhas, porque as uvas com as quais o vinho é feito não são muito doces, então, elas têm pouco açúcar e, de qualquer forma, o dióxido de carbono pode escapar. Mas, na segunda fermentação, os produtores de champanhe adicionam um pouco de açúcar e mais levedura ao vinho e selam bem as garrafas com uma rolha especial.