Cleber Odorizzi

Formado pela Associação de Sommelier de SC, o especialista fala do mundo dos vinhos, trazendo curiosidades, formas de cultivo de uvas e outras tendências.

Chianti, um pedacinho da Itália

Quem é apaixonado por vinhos italianos, certamente já provou um Chianti.

Foto: Divulgação

 

 

Chianti não se trata de uma uva, mas sim de uma região da Toscana, localizada entre as cidades de Firenze, Siena e Arezzo. Uma das áreas vitivinícolas mais famosas da Itália. O passeio, com certeza vale muito a pena.

 

O primeiro registro de uma bebida com a denominação Chianti data de 1398 d.C., com a comercialização de exemplares pelo mercador Francesco di Marco Datini. Séculos depois, em 1716, foi criada uma legislação que regulamentava a vinicultura da região, com o estabelecimento de uma das primeiras denominações de origem da história dos vinhos, a Denominazione d’Origine Controlatta.

 

O Chianti é produzido principalmente com a uva Sangiovese. Alguns casos sendo a única a utilizada, em outras, com assemblage. Mas em geral, para receber a denominação de Chianti, o produto deve ter no mínimo 70% de uva sangiovese.

 

Interessante rememorar que antigamente a elaboração dos vinhos Chianti levava, principalmente, a uva autóctone italiana Canaiolo. Somente em 1876 os produtores passaram a produzir exemplares com a uva sangiovese, a principal casta nos vinhos de corte e varietais produzidos na região até hoje.

 

Em 1984, a região recuperou sua tradição e se tornou uma D.O.C.G — Denominazione d’Origine Controlatta e Garantita — atualmente, a classificação mais importante para vinhos italianos.

 

Hoje, Chiantis são produzidos com cortes da sangiovese e outras uvas autóctones da Itália, como a canaiolo e a colorino. Também é possível elaborá-los com castas como merlot, syrah, cabernet franc, cabernet sauvignon, além dos sangioveses varietais.

 

Nos mercados é importante observar que alguns rótulos possuem subdivisões, especialmente para indicar o tempo de envelhecimento em barricas de carvalho:

 

Chianti: deve estagiar em barrica por um período de, pelo menos, 6 meses;

 

Chianti Superiore: deve estagiar em barrica por um período de, pelo menos, 12 meses;

 

Chianti Riserva: deve estagiar em barrica por um período de, pelo menos, 24 meses;

 

Chianti Gran Selezione: deve estagiar em barrica por um período de, pelo menos, 30 meses. Sendo que essa classificação é válida apenas para o Chianti Classico.

 

São vinhos que combinam muito bem com massas, bolhonesa, ervas e carnes vermelhas um pouco mais magras. Aposte nos clássicos da culinária italiana para criar uma combinação infalível!