Cleber Odorizzi

Formado pela Associação de Sommelier de SC, o especialista fala do mundo dos vinhos, trazendo curiosidades, formas de cultivo de uvas e outras tendências.

Os vinhos da região de Beaujolais

Vinhos são conhecidos por serem leves e frutados, com acidez presente e taninos pouco acentuados.

Foto: Dvulgação

 

 

Bem próximo à Borgonha, há uma região da França com muita tradição na viticultu-ra, porém que muitas vezes não tem tanto prestígio quanto sua vizinha. Trata-se de Beaujolais, na área central do país.

 

Os vinhos de Beaujolais já tiveram diversos picos de popularidade no decorrer dos anos. São conhecidos por serem leves e frutados, com acidez bem presente e taninos pouco acentuados.

 

Sua produção iniciou a partir da proibição do cultivo da uva Gamay na região da Borgonha. Na época, o Duque Filipe II afirmou que a uva não conseguia produzir vinhos elegantes, como a Pinot Noir. Isso permitiu o crescimento exponencial da produção na região de Beaujolais, local onde a uva se adaptou bem às condições climáticas e ao solo granítico.

 

No século 19, com o desenvolvimento da ferrovia que ligava o restante da França a Paris, a procura pelos vinhos de Beaujolais começou a aumentar, pois eram bebidas leves e frutadas.

 

Seu segundo pico de produção iniciou a partir de 1980, com a produção do vinho Beaujolais Nouveau. Desde então, todos os anos, na terceira quarta-feira de no-vembro, ocorre na região uma festividade para a abertura das garrafas e prova dos vinhos durante seu melhor período de consumo.

 

A festa acontece religiosamente na terceira quinta-feira de novembro, quando a França se rende aos encantos do Beaujolais Nouveau.

 

Todos os anos, bares e restaurantes ficam lotados para que se experimente a nova safra do Beaujolais Nouveau. No mundo a frase mais conhecida é: “O Beaujolais Nouveau chegou!”.

 

Para fazer esse vinho, o bago todo, com talo e grãos, é fermentado. O resultado é um vinho leve, fresco, relativamente simples, bastante frutado e agradável ao paladar, com taninos pouco agressivos e aromas que lembram banana e tutti-frutti. É o mais próximo que um vinho tinto pode chegar de um branco em termos de frescor, tanto que ele é melhor apreciado em temperatura mais baixa do que a recomendada para os tintos convencionais.

 

Como é um vinho jovem, seu consumo vai desde o dia em que é lançado até pouco mais de seis meses. Portanto, nunca se engane em comprar ou deixar guardado um Beajoulais. Respeite o vinho.