Cleber Odorizzi

Formado pela Associação de Sommelier de SC, o especialista fala do mundo dos vinhos, trazendo curiosidades, formas de cultivo de uvas e outras tendências.

Pacientes com câncer e o consumo de vinho

Com algumas ressalvas, estudo aponta que o consumo de vinho melhora o apetite de pacientes oncológicos.

Foto: Divulgação

 

 

Hoje vamos falar um pouco sobre o consumo de vinho por pacientes oncológicos. Quem passa ou já passou por essa situação, sabe como é amedrontador o diagnóstico de neoplasia maligna.

 

Infelizmente, alguns profissionais possuem um modo equivocado de tratar a doença; e outros, têm dificuldade de se comunicar com o paciente, causando ainda mais angústias. Não importa o estado da doença, avançado ou não, há tratamento. Em alguns casos, não se fala em cura, mas controle. O que no final das contas, dá no mesmo. Torna-se crônica como uma diabete. A doença é silenciosa e boa parte dos pacientes não possuem limitações no dia a dia.

 

Fujam de diagnósticos que não lhes deem esperança. Não se preocupem e não deem voz à profissionais que apenas reforçam cura, com diagnóstico precoce. Ela pode acontecer em qualquer fase, acredite. Há sempre um tratamento.

 

Essa introdução é importante para colocar o paciente oncológico novamente na perspectiva do mundo e da vida.

 

Tomando como base essa realidade, estudos apontam que é totalmente possível o consumo de vinho na hipótese do diagnóstico de câncer. Em geral, com proibições para os dias de tratamento, e limitado a duas taças por semana, para o homem; e uma, para a mulher.

 

Somado a isso, estudos apontam efeitos positivos na harmonização do vinho antes das refeições, com o objetivo de melhorar o apetite, quando outras alternativas não mostram bons resultados (no caso de pacientes que não conseguem ter uma boa alimentação).

 

Teoricamente, a recomendação parece ter sentido: o costume de um aperitivo antes das refeições é milenar. Além disso, o consumo regular de álcool está associado ao aumento do peso corpóreo, fato que sugeriria um efeito positivo em relação ao apetite.

 

No entanto, o consumo deve ser sempre avaliado pelo médico, pois algumas doenças podem ter sua origem justamente no consumo excessivo de álcool. O tipo de câncer e os efeitos colaterais também devem ser levados em conta. Em geral, pacientes oncológicos não devem ter feridas na boca, laringe ou qualquer região do trato digestivo superior ou inferior, já que o álcool causa o agravamento dessas feridas.

 

Como conclusão, podemos ressaltar que o paciente pode ter uma vida normal e ainda ter a condição de saborear bons vinhos, sem prejudicar o seu tratamento.

 

Saúde!