Robson Komochena

Cotidiano, política e a história de Rio Negro, Mafra, Itaiópolis e região sob o olhar polêmico e irreverente do jornalista.

O ‘sabor’ do sábado de Carnaval

Com o passar dos anos, a tradição foi tomando outros rumos, e o sertanejo e o gauchesco, principalmente em nossa região, acabaram roubando a cena e predominando.

Em frente ao Café União – atual prédio onde funciona o Bar do Eraldo e Renê Presentes, na rua Comendador Franco – o grupo carnavalesco dos marinheiros, na década de 30, pousava para o único fotógrafo da época em Rio Negro, Henrique Witt, que morava do outro lado da rua. Tempos dos carnavais dos clubes Rionegrense, Vitória, Zeppelin e 14 de Julho… Fotos/Acervo: Maria da Glória Foohs

 

 

A coluna do sábado de Carnaval, para este humilde colunista sempre foi “sagrada”. Talvez, pela data, pelo peso histórico, ou simplesmente por ser minha festa favorita, superando qualquer programa durante o restante do ano.

 

Escrever a coluna de Carnaval me remete as marchinhas (já não tão tocadas como antes), ao encontro com meu guru Cacau Menezes, em seu evento anual em Floripa, que já não é mais nesta data, e a uma alegria que não encontro em outras épocas. Nem mesmo, no Réveillon.

 

Embora, com o passar dos anos, a tradição foi tomando outros rumos, e o sertanejo e o gauchesco, principalmente em nossa região, acabaram roubando a cena e predominando.

 

Rua XV de Novembro, em 1949.

 

Até quem diz não gostar de Carnaval, indiretamente e, muitas vezes, de forma inconsciente, acaba gostando. Seja para viajar, para relaxar deitado no sofá tomando uma cerveja e assistindo as escolas de samba, ou simplesmente para criticar.

 

E se hoje fosse um sábado entre as décadas de 50 e 60, então… Teríamos feito fantasias, organizado os blocos e desfilado elegantemente pela rua XV de Novembro, em Rio Negro. Ou então, estaríamos na folia dos clubes Rionegrense, Vitoria ou Zeppelin. O Zepp, que por sua vez, lutou bravamente com as festas de Carnaval até os anos 2000.

 

Uma vez, em um bate papo informal entre amigos, onde na roda estava o então prefeito Carlinhos Scholze (em memória), chegamos a falar na possibilidade de ressuscitar os carnavais de rua… Quanta ilusão!

 

Foi-se um tempo onde o sábado de Carnaval era a data mais esperada do ano. Hoje, o Carnaval todo passa quase que imperceptível, até sem ser feriado.

 

Desfile pela rua XV, nos anos 50.

 

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