Pets trazem alívio para os dias de confinamento

Quem executa corretamente os pedidos governamentais pelo isolamento social sabe o quanto a solidão, somada ao volume de informações sobre

Quem executa corretamente os pedidos governamentais pelo isolamento social sabe o quanto a solidão, somada ao volume de informações sobre o novo coronavírus, pode ser estressante. Nos Estados Unidos, o isolamento social causou um movimento inesperado pró-adoção de animais.

O portal Extra relata dentre vários exemplos, o caso de uma Ong norte-americana de Maryland, o Lucky Dog Animal Rescue, que realizava um evento de adoção com o objetivo de encontrar um lar para cerca de 15 cães. A diretora executiva do abrigo conta que, assim que as notícias sobre o vírus começaram a se espalhar, a entidade passou a ter lista de espera de até 40 adotantes. “Em um único evento tivemos 30 adoções em três horas”, disse.

No Brasil não é muito diferente. Tutores de animais contam que sentem mais tranquilidade ao passar o dia ao lado de seus pets. A estudante Jaqueline Veiga cuida da pequena Aisha, de sete meses e diz que a companhia da cachorrinha faz toda diferença nesses dias difíceis. “Nesse caos que o mundo está, onde até assistir televisão acaba sendo estressante eles acabam trazendo alegria, contagiam a gente com todo o amor e carinho deles, o que acaba tornando os dias mais leves e mais fáceis de serem enfrentados”, conta.

Dentre os passatempos com Aisha, Jaqueline aproveita para atualizar fotos da pequena nas redes sociais.

Aisha também é responsável por trazer mais atividades para a família durante o dia. Jaqueline relata que logo cedo a cachorrinha já pede pra brincar e então traz um pouco de agito à família e a noite, quando o pai da estudante vai assistir ao jornal, a cachorrinha participa da reunião em família – acompanhada dos seus brinquedos. “Eles acabam nos entretendo tornando os dias mais leves e alegres”, ressalta.

Regina Machado adotou a pequena Luna há dois meses e não imaginava o papel que ela teria em sua vida nesse momento.  Para ela, a cachorrinha tem trazido grande conforto emocional para ela e o marido, em isolamento desde o dia 17. “O ser humano não está preparado pra viver isolado. Todo dia a gente sai, passeia, vê outras pessoas, mesmo que more sozinho. Se não tivéssemos a Luna em casa ia ser muito mais difícil”.

Para Regina, Luna ajuda evitar o pânico trazido pelo excesso de informações sobre o coronavírus.

Ela concorda com Jaqueline e diz que as atividades com a cachorrinha acabam trazendo mais significado para o dia. “Sem ela, estaríamos de frente pra TV, apavorados; com ela, a gente não se sente tão sozinho, às vezes nem lembramos que estamos em isolamento”, argumenta.

A psicóloga Kelly da Silveira conduziu em 2019 uma pesquisa acadêmica em conjunto com a estudante Ana Paula Hack, que tratou da “Influência dos Animais Domésticos para o bem-estar Emocional Familiar”. A pesquisa demonstrou a influência positiva dos animais domésticos para o bem-estar emocional familiar no que diz respeito a melhora no humor, afetividade, alegria, felicidade, atenção e companhia; reduzindo sentimentos de solidão e desenvolvendo funções de sociabilidade.

Segundo a profissional, “pessoas que convivem com animais domésticos experimentam aspectos positivos de bem-estar familiar, sobretudo no que diz respeito a sociabilidade, emoções e afetividade”. Por isso, a convivência com animais de estimação nesse período de isolamento social tende a trazer mais calma e tranquilidade às pessoas, bem como o sentido de acolhimento.