Geison Buch compartilha trajetória de quase 40 anos no futsal

Filho do lendário Wilson Buch também relembrou feitos históricos de seu pai para o esporte de Riomafra e região.

Foto: Robson Komochena

 

 

O técnico de futsal Geison Buch foi o convidado especial do programa “Dois Dedos de Prosa” do Riomafra Mix, em parceria com a rede de postos M7. Durante a entrevista, Geison falou sobre sua trajetória de quase 40 anos no futsal de Riomafra e região.

 

Geison iniciou sua jornada no futsal em 1984, logo após o falecimento do pai. “Tinha 14 anos quando assumi a escolinha de futsal do meu pai. No início não tinha muita noção, mas comecei a gostar da área, a fazer cursos e hoje o esporte se tornou parte essencial da minha vida”, conta.

 

A perda de Wilson Buch, conhecido como o “pai do esporte” em Mafra, foi profundamente sentida pela comunidade esportiva de Mafra. Por ser uma referência, o tradicional Ginásio Wilson Buch carrega seu nome desde 1985, assim como uma rua do município.

 

Além disso, Wilson Buch foi o idealizador da Corrida Rústica Wilson Buch, que se tornou uma tradição na cidade e é a segunda corrida mais antiga do Brasil. “Lembro que eu e meus irmãos ajudávamos a fazer as numerações dos corredores em cartolinas. A corrida dava muito trabalho, mas era algo gratificante de se ver. A ideia inicial era reunir apenas corredores de Mafra e Rio Negro, mas aos poucos, o evento foi crescendo e começou a atrair muitos corredores de fora, se tornando uma referência em todo o país”, conta Geison.

 

Segundo o técnico, o legado de Wilson Buch é motivo de orgulho para toda a família. “É muito satisfatório ver os frutos do trabalho do meu pai. A corrida é hoje um marco histórico do esporte de Mafra”.

 

O Ginásio Wilson Buch passou por um período de interdição antes de sua revitalização, o que foi emocionalmente desafiador para a família Buch. “Para quem ficava praticamente 24 horas por dia lá, ver o ginásio abandonado e se deteriorando, foi muito dolorido. Quando ocorreu a revitalização, também foi difícil dar adeus à estética antiga do ginásio pela qual éramos apegados, mas sabíamos que a reforma era necessária e que uma nova fase começaria a partir dali”, conta Geison.

 

Ao longo de sua carreira no futsal, Geison experimentou tanto vitórias quanto derrotas. “Nessas décadas no esporte, eu já ganhei muito campeonato sendo azarão e perdi muito campeonato sendo favorito. Tudo é questão de momento”, afirma.

 

Um de seus projetos mais ambiciosos foi quando montou uma equipe de futsal feminina em 1998. “Comecei a treinar as meninas, levar para torneios e campeonatos e o projeto foi crescendo até completar a marca de 22 anos. O projeto só acabou por conta da pandemia”, conta.

 

Segundo Geison, além do projeto de futsal feminino, a pandemia também afetou suas atividades no ginásio e o levou a perder familiares para a covid-19. “Em dois dias, perdi minha mãe e meu irmão. Além disso, a pandemia me levou mais 4 tios. A covid foi destruidora para nossa família e eu me agarrei muito a Deus para ter forças e superar tantas perdas”, pontua.

 

Atualmente, Geison está envolvido em projetos de base e esporte comunitário, dedicando-se às categorias de base masculinas e colaborando com a Unimed.

 

Outros trabalhos de destaque do técnico foram com as equipes adultas do Mafra Ferromax e do Mafra Arisco. “Me sinto muito orgulhoso de fazer parte destes projetos. Sinto muita saudade, principalmente dos jogos clássicos entre Mafra e Canoinhas. Infelizmente, as equipes foram descontinuadas por falta de recursos. Afinal, não é fácil manter um projeto de futsal profissional sem investimento. É por isso, que cada vez mais, precisamos de incentivo do governo municipal e estadual, de empresários e pessoas que acreditam no esporte, para que estes projetos sigam funcionando”, disse.

 

Segundo o técnico, o esporte é uma ferramenta importante para a promoção de saúde, educação, amizade e socialização. “Nestes quase 40 anos, eu não lembro de ter feito inimizades no futsal, porque o que prevalece no esporte é quase sempre o companheirismo e a amizade. As situações adversas acabam quando o jogo acaba”, conclui Geison.