Dia do Colono e do Motorista: forças que alimentam o desenvolvimento do país

Trabalhadores riomafrenses falam sobre os desafios e alegrias enfrentados no campo e nas estradas.

Sandra Mara e Claudilei Liebl. Fotos: Douglas Dias

 

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Responsáveis pelo desenvolvimento do país, os colonos são protagonistas das transformações do campo e exemplos de persistência. O Dia do Colono, comemorado em 25 de julho, celebra todos aqueles que há gerações, cultivam a terra e levam alimento para as mesas das famílias brasileiras.

 

Sandra Mara Liebel, de 52 anos, e o marido Claudilei Liebl, de 54, moram em Avencal do Saltinho e trabalham juntos na lavoura há 32 anos, desde quando se casaram. A família, composta pelo casal e três filhas, tiveram a agricultura como principal fonte de sustento.

 

“Todos os bens materiais que temos e o estudo de nossas filhas veio através da agricultura. Tenho muito orgulho do trabalho que fizemos juntos e de termos hoje nosso próprio meio de sobrevivência”, conta Sandra.

 

Ainda menino, Claudilei começou a trabalhar na lavoura ao lado dos vizinhos. Com o tempo, ele adquiriu alguns pedaços de terra e começou a investir recursos em sua propriedade, que hoje se mantém com a plantação de milho, fumo e soja.

 

Edenilson Preisler

 

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O mesmo aconteceu com Edenilson Preisler, de 46 anos, que criou os dois filhos ao lado da esposa Regeane, também através da agricultura. Desde criança, ele ajudava o pai nas colheitas e pegou gosto pelo ofício. Apesar das dificuldades, Edenilson conta que a persistência e o amor pelo trabalho foram essenciais para o crescimento do negócio.

 

“Começamos a nos desenvolver na década de 90 e a comprar nossos primeiros maquinários. De lá para cá, fomos aperfeiçoando nossas técnicas e hoje conseguimos nos manter com nosso próprio trabalho. Atualmente, cultivamos 670 hectares e nossa principal cultura ainda é a soja”, conta.

 

Tanto para Edenilson, como para Claudilei e Sandra, o principal desafio da agricultura são as condições climáticas. “O maior desafio é sempre o tempo, tudo depende dele. Você pode utilizar as melhores sementes, adubar a terra, utilizar as melhores técnicas de plantio. Se o tempo não colaborar, você não colhe. Talvez por isso, os agricultores sejam tão apegados a fé”, pontua Claudilei, que tem até um altar em casa, onde faz suas orações ao lado da esposa.

 

O sentimento também é compartilhado por Edenilson, que busca na religiosidade, a esperança pela colheita. “Nem sempre a gente consegue bons resultados, mas seguimos com esperança de que as próximas safras serão melhores. Para mim, a agricultura depende muito da fé, porque sem Deus, a gente não consegue nada”, disse.

 

Outro desafio para Edenilson é a transformação tecnológica e a modernização do processo de produção no meio rural. “Hoje em dia, temos que nos adaptar e investir em novas tecnologias. Ficar parado não dá, temos que acompanhar o mercado, investir em maquinário e evoluir as técnicas de produção. Só assim conseguiremos aumentar a produtividade e ter mais segurança”, enfatiza.

 

Sandra também defende que as novas gerações de agricultores devem investir cada vez mais em tecnologia para o sucesso do negócio. “Quem está começando no agronegócio precisa estudar o mercado, se planejar e utilizar a tecnologia a seu favor. Afinal, o campo está cada vez mais tecnológico e é preciso se adaptar a essa nova realidade”, conclui.

 

Dia do Motorista

Além do colono, outra força fundamental para o desenvolvimento do país é o motorista, que também celebra sua data no dia 25.

 

Moisés Mendes de Assunção

 

Há 19 anos, o caminhoneiro Moisés Mendes de Assunção garante o sustento da família como transportador autônomo e representa os 67% dentre dois milhões de caminhoneiros brasileiros que dependem da atividade. A bordo do VW/14170, fabricado há mais de 20 anos, ele transporta insumos agrícolas, alimentos e madeiras entre São Paulo e os estados do Sul do país.

 

Moisés recorda dos melhores anos da profissão que permitiram a ele algumas conquistas, como a casa própria e o bem estar dele, da esposa e das duas filhas. “Como sou autônomo, procuro sempre aceitar fretes que me permitam estar com elas no fim do dia”, explica.

 

Durante a pandemia, a crise causada pelo coronavírus deu ao transportador uma responsabilidade a mais nos cuidados com a família. “Além dos cuidados com a parte mecânica que acontecem em todas a viagens, havia o medo das pessoas em ter contato com a gente, a falta de atendimento nas estradas e a nossa própria preocupação em não trazer nenhum vírus para casa”, conta.

 

Mesmo rejeitando a fama de herói, o transportador adianta que um bom reconhecimento para a categoria neste momento seria a criação de um incentivo governamental para que autônomos que possuem veículos muito antigos pudessem renovar a frota neste momento.

 

“No meu caso, uma viagem que levo de 6 a 8 horas para fazer, poderia ser feita em menos de 4 horas, com mais conforto e segurança, caso houvesse uma linha de crédito com juro adaptado à nossa realidade”, pondera. No Brasil, a média de idade da frota conduzida pelos autônomos é de 18 anos, enquanto a dos transportadores empregados é de 8,6 anos, de acordo com a pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros.

 

O especial dia do Colono e do Motorista tem o oferecimento de: