Em Mafra, pesquisadora realiza estudo linguístico da Rota dos Tropeiros

Intuito da pesquisa é compreender e investigar a influência do tropeirismo na linguagem sulista.

Foto: Robson Komochena

 

 

A pesquisadora e doutoranda em Linguística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Amanda Chofard, esteve em Mafra na última semana para realizar um estudo linguístico da Rota dos Tropeiros.

 

O estudo será realizado em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. O objetivo é montar um atlas linguístico e investigar a influência do tropeirismo nos dialetos, sotaques e hábitos linguísticos da região.

 

Para a pesquisa, Amanda busca oito perfis em cada cidade por onde passa. “Geralmente procuro pessoas ligadas ao tropeirismo em CTGs, recantos, centros de treinamento e montaria, e ao longo das conversas, recebo indicações e contatos que ajudam a aprimorar o trabalho”, disse.

 

Foto: Divulgação

 

Em suas conversas, a pesquisadora tenta extrair e entender o modo de falar das pessoas, as palavras que utilizam e a origem por trás destas denominações.

 

“Em algumas regiões, o rabo do cavalo, por exemplo, é chamado de cola ou sedenho. Aqui em Mafra, as pessoas costumam chamar a bola de gude de bulica. Outro exemplo é o da chaleira. Pessoas mais velhas costumar chamar de cambona e chicolateira. Logo, a proposta do estudo é buscar um embasamento para esta diversidade linguística, levando em conta os aspectos sociais, históricos e etnográficos da nossa região”, pontua.

 

Foto: Divulgação

 

O atlas será elaborado com relatos nas seguintes cidades: Cruz Alta, Passo Fundo e Vacaria, no Rio Grande do Sul; Lages, Curitibanos e Mafra, em Santa Catarina; Lapa, Palmeira e Castro, no Paraná; e Itararé, Itapetininga e Sorocaba, em São Paulo, seguindo a rota do Caminho das Missões.