Inquérito é aberto para investigar morte de égua por maus-tratos em Mafra

Segundo a ONG Riomafra Pelos Animais, a égua foi encontrada com a parte genital arrancada.

Fotos: Divulgação

 

 

O delegado regional de Mafra, Nelson Vidal, informou nesta quarta-feira (30) ao Riomafra Mix que abriu um inquérito para investigar a morte de uma égua no bairro Vista Alegre.

 

O caso ganhou repercussão pelas redes sociais, onde apoiadores da causa animal se manifestaram e pediram justiça. O animal foi encontrado morto na tarde de segunda-feira (28), em um terreno na rua Escoteiro Souza Neto.

 

Segundo a ONG Riomafra Pelos Animais, que fez a primeira publicação em sua conta no Instagram, a denúncia foi recebida pela própria rede social. “A gente recebeu a denúncia de um morador próximo do local onde a égua foi encontrada. Ele relatou que desde sábado o animal estava sofrendo maus-tratos por dois meninos menores de idade”, relatou a vice-presidente, Natali Grochoski.

 

“Conforme a denúncia que recebemos, a égua estava morta e sua parte genital havia sido arrancada, constatando maus-tratos”, destacou.

 

Ainda, de acordo com Natali, a ONG espera que o crime seja solucionado. “Mesmo que tenha sido feito por pessoas menores de idade, eles devem ter pais que são seus responsáveis. Alguém vai ter que se responsabilizar por este caso, que poderia ser evitado. Nenhum animal merece passar por tanto sofrimento e a forma como a égua morreu foi muito cruel”, pontuou.

 

 

Inquérito instaurado

“Assim que soube do caso, determinei imediatamente que agentes policiais fossem até o local para fazer o levantamento fotográfico, colher depoimentos e entrevistas de pessoas que presenciaram os maus-tratos. Caso seja identificada a autoria, esta pessoa vai responder pelo art. 32 da Lei 9.605 sobre crime de maus-tratos animais”, destacou o delegado.

 

Para Vidal, é preciso investigar, repreender e combater esse tipo de crime. “Fomos até o local dos fatos e vamos investigar a autoria do crime. É chocante ver uma situação como esta. Mais do que nunca, essa questão dos maus-tratos a animais precisa ser combatida”, destacou.

 

De acordo com o delegado, quando uma pessoa presenciar um caso de maus-tratos, deve acionar a Polícia Militar. “O autor pode ser conduzido para a delegacia. Se for um cão ou gato, elas podem ser autuadas em flagrante. Se for outro animal, como por exemplo, um equino, elas podem ser notificadas com um termo circunstanciado, que pode ser feito pela própria PM. A atribuição para investigar estes crimes é da delegacia da comarca, que vai buscar a autoria e responsabilizar os autores pelo crime”, concluiu.

 

Polícia Militar pode autuar em flagrante

Em nota, o setor de comunicação do 38º Batalhão de Polícia Militar informou que o órgão pode autuar em flagrante sobre este tipo de crime.

 

“Se a Polícia Militar tivesse sido acionada quando estava ocorrendo os maus-tratos, ela iria até lá atender, acionando os órgãos competentes para recolher o animal e autuando quem estivesse provocando os maus-tratos. Se o caso não ocorreu em flagrante e sim um dia antes, a denúncia deveria ser feita na Polícia Civil”, destacou o texto.

 

“Como já havia acontecido em data anterior, a denúncia é feita por meio do boletim de ocorrência na Polícia Civil e a retirada do animal pela prefeitura”, concluiu a nota.

 

Sepultamento de animais

De acordo com a prefeitura de Mafra, a égua foi sepultada na manhã de terça-feira (29), seguindo os protocolos necessários.

 

“Após conhecimento da situação e encaminhamento do boletim de ocorrência, a prefeitura prestou o apoio necessário através de um médico veterinário, que elaborou o laudo que será encaminhado para a Polícia Civil, e realizou o sepultamento do animal, já que não foi possível localizar o dono e o cadáver estava causando mau cheiro na vizinhança”, explicou Elisangela de Lima, subdiretora de Desenvolvimento Urbano.

 

Elisangela também explicou que, a responsabilidade pelo sepultamento sempre é do dono do animal. “Claro que ocorrem situações que necessitam do apoio da prefeitura. Por exemplo, quando ocorrem atropelamentos em vias públicas, bem como, quando a Polícia Civil aciona a prefeitura para prestar apoio, principalmente em casos onde é necessário atestar maus-tratos. Mas é importante destacar que a prefeitura não recebe denúncia de maus-tratos, isso deve ser feito aos órgãos competentes”, concluiu.