Em meio à crise da Covid-19, voluntários são exemplo e inspiração

A redação do Riomafra Mix reuniu algumas histórias de voluntariado que servem de inspiração em tempos de pandemia.

Diante das medidas de prevenção ao coronavírus que instituíram o isolamento social, interromperam atividades comerciais e trouxeram grande insegurança aos trabalhadores, muitos brasileiros resolveram combater o pessimismo e agir em benefício do próximo. Quase 40 dias após a criação de uma rotina de restrições, voluntários da região passaram a compor uma grande força-tarefa do bem: são pessoas que se unem para arrecadar alimentos, confeccionar máscaras, compartilhar histórias online, arrecadar donativos e distribuir solidariedade. 

Em meio a histórias de perdas e estatísticas alarmantes, eles não ficaram paralisados e escolheram ajudar quem precisa de cuidados. A redação do Riomafra Mix reuniu algumas histórias de voluntariado que servem de inspiração em tempos de pandemia:

Em família

Aos sábados, a família de Gicele Wormsbecker cozinha para as famílias riomafrenses. A educadora rionegrense conta que junto a cinco familiares, resolveu ajudar como podia. “Vimos que muitas pessoas ajudam com doação de itens da cesta básica, como feijão, arroz, polenta. Então resolvemos fazer toda semana uma sopa com legumes e verduras e também doces com frutas”, conta. 

Com a ajuda de uma empresa de marmitas saudáveis, de voluntários rotarianos, de um supermercado mafrense e da Uninter, as irmãs cozinham e levam os alimentos até famílias assistidas pela Rede Feminina de Combate ao Câncer. “O apoio é de todos e de muita gente que se engaja para tornar a quarentena menos pesada e mais produtiva. Doamos serviços e comidas. Recebemos paz, sorrisos e palavras de gratidão”, explica.

As voluntárias também já confeccionaram máscaras que foram doadas ao comércio local e aventais descartáveis para serem utilizados por profissionais de saúde. Porém no momento, a maior dificuldade reside em arrecadar recipientes para acondicionar os alimentos doados. Quem quiser contribuir com potes de sorvete, recipientes descartáveis e alimentos para confecção das sopas e doces, pode entregar sua doação na sede da Uninter, no centro de Rio Negro. 

Costura solidária

O empresário Odair Pereira pensou em doar parte de seus rendimentos para ajudar outras pessoas e acabou criando uma legião de voluntários que foi responsável pela doação de mais de mil máscaras de proteção em Riomafra. “A ideia inicial era adquirir cestas básicas, mas conversando com um amigo, notei que as pessoas vinham com dificuldade de encontrar máscaras de proteção. Então comprei os materiais e comecei a procurar costureiras que se dispusessem a confeccionar as máscaras”, explica.
Odair reuniu até o momento 10 voluntárias que ajudaram na condução do projeto, mas como a demanda é grande, procura por mais pessoas dispostas a ajudar na confecção dos itens de proteção.

A meta é viabilizar a doação de pelo menos mais 2 mil máscaras aos riomafrenses. Quem precisa de máscaras pode retirar a sua, gratuitamente, na Auto Peças Bairro Alto. Alguns pedidos também são atendidos através das redes sociais. “Para as pessoas do grupo de risco, sempre damos um jeito de entregar em casa”, explica o empresário.

Apesar de o projeto ter sido idealizado pensando nas pessoas que têm dificuldade em obter uma máscara de proteção, Odair conta que as doações são feitas para todo mundo que precisa. Por isso, as máscaras podem ser doadas para empresas que precisam proteger seus funcionários, por exemplo. “Nesse caso, se puderem contribuir com os materiais necessários será muito bem-vindo também”, explica.  

Vaquinha

A avó de Tânia Max, com 80 anos, deu entrada no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) no dia 2 de fevereiro, depois de sofrer complicações de uma queda em que acabou quebrando o fêmur. Desde então, acompanhar a avó internada faz parte da rotina da itaiopolense, que também decidiu tomar a iniciativa de ajudar.

Tânia conta que após acompanhar a rotina de cuidados da equipe médica e enfermeiros do HSVP decidiu criar uma vaquinha online para arrecadar fundos que possam viabilizar a compra de mais EPI’s. “Como pacientes da nossa cidade que venham a desenvolver um quadro grave serão encaminhados para hospitais de referência como o de Mafra, acredito que podemos contribuir de alguma forma, haja visto que esses materiais tiveram uma grande alta nos preços”, explica.

As doações na campanha da vaquinha podem ser realizadas até o dia 10 de maio, através do link http://vaka.me/964130. “Não sabemos o que vai acontecer na nossa região, então essa foi apenas uma iniciativa entre tantas que as pessoas podem realizar para ajudar umas às outras e retribuir um pouco aqueles que fazem tanto pela nossa gente”, reforça.

Entre amigos

Um grupo de amigos que antes da pandemia costumava se reunir para um tradicional churrasco às sextas-feiras, resolveu dar novo sentido à reunião que não pôde mais ser celebrada. Toda semana eles juntam o que investiriam no encontro entre amigos e realizam a compra de itens da cesta básica para serem distribuídos para famílias carentes.

William Henicka é um dos voluntários que tem participado da ação e conta que depois que o grupo começou a arrecadação, resolveram expandir as coletas para pessoas que querem ajudar, mas não sabem como fazer. Durante a semana, os voluntários divulgam a coleta em suas redes sociais e quem quiser realizar a doação, pode agendar a entrega através do Whatsapp. Um voluntário vai até o doador para coletar as doações, que são distribuídas a famílias assistidas por comunidades religiosas e instituições de caridade. “Todo mundo está precisando neste momento, mesmo aqueles que recebem assistência do governo, pois sabemos que o valor não supre as necessidades de quem não pode trabalhar e precisa sustentar a família”, diz William. O grupo formado pelos amigos recebeu o nome de Canhotu’s club e, desde 2018 realiza ações beneficentes diversas. Quem quiser ajudar na arrecadação de alimentos deve entrar em contato através do fone (47) 99660-4675.