Santa Casa de Misericórdia sinaliza intenção de assumir a administração do Hospital Bom Jesus

Segundo a presidente do HBJ, Mônica Bessa, instituição continua aberta a novas parcerias e negociações.

Foto: Robson Komochena

 

 

A proposta da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba em assumir a administração do Hospital Bom Jesus, ganhou novo impulso após mobilização da vereadora Maria Celia Conte e do vereador Marcelo Wotroba (Cidadania). Para ambos, a gestão do hospital pela Santa Casa poderia melhorar em muito a qualidade dos serviços de saúde oferecidos à população rionegrense.

 

“Há tempos ouço a comunidade clamando por melhorias na saúde e pedindo que mais serviços sejam disponibilizados dentro da nossa própria cidade, pois o deslocamento até Curitiba é perigoso e longo para aqueles que já estão enfrentando uma enfermidade. Mesmo que o hospital seja privado, a possibilidade de tratarmos em Rio Negro casos de média e alta complexidade é algo de interesse público e que precisa ser discutido”, pontua a vereadora.

 

Segundo a presidente do Hospital Bom Jesus, Mônica Bessa, ainda não houve uma proposta efetiva da Santa Casa para a compra do hospital. No entanto, o HBJ vai apresentar documentos que atestem a situação atual do hospital e que apresentem estimativas de gastos e informações sobre os serviços ofertados, contratos, número de funcionários e outras normativas.

 

Por meio desta documentação, a Santa Casa vai avaliar a viabilidade de compra, para então oferecer uma proposta. “Caso haja uma tratativa, a diretoria vai fazer a análise das propostas e levá-las para a assembleia de sócios da Sociedade Hospital Bom Jesus, que é uma instituição privada, e que decide os rumos do hospital. Mas para que isso aconteça, a proposta deve vir acompanhada de garantias, como a ampliação na oferta de serviços e um cronograma de gestão de curto, médio e longo prazo, para que tenhamos certeza que a comunidade não vá ficar desassistida”, explica a presidente do HBJ.

 

Ainda segundo a vereadora Maria Celia, uma audiência pública também deve ser instaurada para ouvir a população. “É de interesse da comunidade que utiliza o hospital saber o que está acontecendo. Muita gente nos cobra que nosso hospital não evolui, ainda mais quando comparamos com a situação do hospital vizinho, o São Vicente de Paulo, de Mafra. Precisamos trabalhar para mudar a realidade da saúde em nosso município”, diz.

 

Para a presidente do HBJ, Mônica Bessa, os anseios da população serão levados em conta, caso haja uma negociação. “Embora uma audiência pública não interfira diretamente na decisão do hospital, uma vez que ele não tem uma gestão pública, sabemos o quanto a opinião da população que utiliza nossos serviços é importante. Através da audiência, poderemos explicar à comunidade sobre a proposta que recebermos e ouvir da população o que ela deseja. Com isso, poderemos levar os anseios da comunidade para a assembleia dos sócios para que a decisão sobre o futuro da instituição seja tomada”, diz.

 

A presidente também afirma, que enquanto não houver uma proposta efetiva por parte da Santa Casa, a instituição seguirá aberta a novas parcerias e negociações. “Estamos trabalhando com o projeto de implantação do tomógrafo, fazendo reformas, tudo para melhorar os serviços. Independente se houver ou não uma proposta, o hospital continuará trabalhando e servindo a comunidade”, concluiu.

 

O que diz o Executivo

Neste momento, tanto o prefeito James Valério, quanto a secretária municipal de saúde, Simone Gondro, não quiseram se pronunciar sobre o assunto.

 

Mas o consenso, segundo fontes ligados ao Executivo, é que a transição é vista como a única forma de transformar a instituição em um hospital referência de média e alta complexidade e inclusive, mantido com recursos públicos estaduais e federais. Isso possibilitaria ainda o incremento de novas especialidades médicas, exames especializados e cirurgias dentro do município, evitando o deslocamento da população para os grandes centros, sem falar do desgaste físico.

 

Porém, o Executivo está com as mãos atadas, uma vez que é a instituição e os associados é que detém o poder da decisão.