Advogado mafrense concorre à vaga de desembargador no TJSC

Se eleito para o Quinto Constitucional, Romualdo Marchinhacki será o primeiro mafrense eleito desembargador do TJSC.

 

O advogado mafrense Romualdo Marchinhacki concorre por uma vaga de desembargador do Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A eleição está prevista para o dia 21 de junho e pela primeira vez, advogados regularmente inscritos, poderão participar da votação. Se eleito, Marchinhacki será o primeiro mafrense eleito desembargador do TJSC.

 

Criado em Avencal do Saltinho, o advogado começou a trabalhar desde cedo na agricultura com os pais. Após concluir os estudos, iniciou no magistério e se tornou professor da rede municipal de Mafra. Mais tarde, Marchinhacki prestou vestibular e foi aprovado no curso de Direito, pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), onde iniciou sua trajetória na advocacia.

 

“Na FURB, cheguei a integrar a Escola de Magistratura para me tornar juiz. Mesmo a vida tomando outros rumos, segui trabalhando como advogado e esta vivência profissional, me credenciou a participar deste processo”, conta.

 

Caso seja eleito, Marchinhacki voltará suas atenções para o lado humano do Judiciário. “A Constituição prevê que pessoas de fora do Judiciário, façam parte do Quinto Constitucional, justamente para trazer ideias novas e uma vivência diferente de outros juízes de carreira. Pretendo voltar as atenções para o convívio com as pessoas e ajudá-las com os conflitos que chegam. O advogado muitas vezes precisa ter uma convivência próxima com a sociedade. E é essa proximidade que pretendo levar, caso seja eleito”.

 

Judiciário brasileiro

Para o advogado, o Judiciário brasileiro ainda é um poder desconhecido e inatingível para parte da população. Segundo ele, a atuação do poder precisa ser mais aberta para que as pessoas entendam sobre sua utilidade e importância para a sociedade.

 

“Assim como os demais poderes, o Judiciário tem seus problemas e muitos cidadãos o enxergam como algo inalcançável. Em razão disso, o poder tem sido vítima de ataques injustos por pessoas que não entendem sua verdadeira atribuição”, explica.

 

O momento também é crítico para os advogados, diante da polarização de ideias que o país atravessa. Segundo Marchanhaki, os profissionais são muitas vezes incompreendidos, principalmente os que atuam na esfera criminal.

 

“As pessoas muitas vezes confundem o advogado com a pessoa que ele defende. No entanto, o profissional está fazendo apenas o papel dele, que é defender constitucionalmente qualquer cidadão. Temos que ter esta noção das garantias constitucionais de todas as pessoas”, conta.

 

Pandemia e tecnologia

Em razão da pandemia, a atuação do Judiciário sofreu mudanças, por conta da tecnologia. Para Marchinhacki, a evolução tecnológica trouxe facilidade e agilidade para o processo jurídico, mas acredita que após a pandemia, a atuação do Judiciário funcionará de forma híbrida.

 

“Nos meios jurídicos, os conflitos são humanos e sempre precisaremos de pessoas para intermediá-los. Acho que a evolução tecnológica veio para ficar e facilitar alguns processos, mas ela não vai substituir o ser humano. Em virtude da pandemia, o Judiciário investiu em tecnologias que possibilitam que o advogado possa participar de audiências por videoconferência. Ainda assim, acredito que vamos partir para um sistema híbrido, onde os serviços remotos e presenciais estarão disponíveis”, conclui.