Cirurgias não emergenciais para pacientes oncológicos serão suspensas

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) emitiu nota sobre suspensão de cirurgias eletivas em razão do novo coronavírus. Com

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) emitiu nota sobre suspensão de cirurgias eletivas em razão do novo coronavírus.

Com o aumento de casos confirmados, as unidades hospitalares deverão direcionar mais leitos para os pacientes com diagnóstico de Covid-19. Em razão disso, é fundamental, segundo o presidente da SBCO, Alexandre Ferreira Oliveira, diferenciar as cirurgias emergenciais das urgentes e, com isso, postergar as cirurgias que, sendo realizadas daqui dois ou três meses, não comprometerão a saúde do paciente.

“A SBCO confia no julgamento das equipes médicas para definir quais casos são graves a ponto de necessitarem de cirurgia imediata e quais serão postergados. Não obstante, devem ser respeitadas as recomendações das secretarias de saúde e Ministério da Saúde, o Código de Ética Médica e as determinações dos Conselhos de Medicina”, ressaltou a organização em nota.

Para regiões com apenas casos importados ou sem casos notificados, a prioridade no momento são os casos de neoplasias, reconhecidos por sua agressividade, nos quais o atraso da cirurgia por dois a três meses pode acarretar no aumento da mortalidade pelo tumor. Dentre os tumores de maior agressividade, estão o de pâncreas, fígado, estômago, cólon e reto, pulmão, ovário avançado, endométrio avançado e melanoma.

Em casos de regiões com transmissão horizontal, todas as cirurgias oncológicas para tumores de baixo risco deverão ser suspensas, assim como cirurgias plásticas reparadoras. Apenas casos extremamente agressivos, nos quais o quadro pode resultar no óbito do paciente, deverão ser realizadas.

Recomendações da SBCO para todo o país:

  • Suspensão imediata das consultas e exames de acompanhamento de pacientes assintomáticos, até segunda ordem.
  • Consultas para checar exames solicitados em consultas de acompanhamento, podem ser realizadas por videoconferência.
  • Suspensão das cirurgias de pacientes com casos de menor gravidade ou para os quais exista opções de tratamento capazes de substituir ou postergar a cirurgia em segurança, considerando que o atraso da cirurgia por dois a três meses não acarretará aumento da mortalidade pelo tumor.
  • Suspensão de cirurgias reparadoras que resultem em aumento do tempo cirúrgico e risco de complicações pós-operatórias.
  • Todos os pacientes e familiares que serão submetidos à cirurgia devem ser orientados sobre o risco de contrair a infecção no curso do tratamento.
  • Os pacientes devem ser orientados a não frequentar desnecessariamente ambientes hospitalares como emergências, consultórios, ambulatórios e outros.