Luiz Gradiz

Especialista em administração de empresas, traz temas e provocações em torno do pensamento e do comportamento humano.

Você não é obrigado a nada!

Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.

Foto: Divulgação

 

 

Me conte uma coisa, você já ouviu a expressão “Eu sou obrigado a fazer” ou “É minha obrigação”, ou até mesmo “O peso da vida adulta são as obrigações”? Com certeza você já ouviu ou até mesmo, foi você quem mencionou isso.

 

Contudo, imagino que você também já ouviu “Somos seres livres”, “Ninguém manda em mim”, certo? Poxa vida, você mesmo já se pegou falando essas frases em algum momento da vida? Mas quanta contradição!

 

Afinal de contas, você é obrigado a fazer algo em sua vida?

 

O poeta, ganhador do Nobel de literatura, Pablo Neruda, em uma de suas célebres frases disse: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Ao mesmo tempo que Neruda trata da nossa liberdade, ele nos lembra que tudo gera consequências e que precisamos estar mais atentos ao escolher para não nos “aprisionarmos”.

 

Nesse momento, você deve estar se perguntando, mas o que têm a ver a prisão das escolhas com minhas obrigações? Minhas obrigações foram impostas, não são fruto de escolhas que eu tenha feito! Afinal, toda criança fez o que os adultos ao seu redor lhes obrigaram e, aprendemos desde pequenos que não temos escolha.

 

Na vida adulta não é diferente, não podemos fugir das obrigações dos nossos relacionamentos, não podemos fugir das obrigações que temos com nossos filhos, nossos pais, nossos companheiros, tão pouco, fugir das obrigações dos nossos trabalhos que são o caminho para o pagamento dos penosos e obrigatórios boletos.

 

Nesse momento eu te pergunto: Você é obrigado a fazer tudo o que pensou agora ou só está, mais uma vez, escolhendo não sofrer as consequências de não cumprir com os compromissos que você mesmo assumiu?

 

Penso que realmente muitas coisas não estão ao nosso alcance e, muitas vezes, nos sentimos presos a “obrigações” e/ou situações que parecem não ter escolhas. Contudo acredito que temos muito mais responsabilidades frente a nossas obrigações do que costumamos perceber.

 

O grande problema da frase de Neruda, na minha opinião, é que as consequências só surgem após a escolha e não antes e, se não estivermos atentos às decisões que tomamos todos os dias, não vamos perceber que as “obrigações” mais dolorosas, são exatamente consequências do que temos feito.

 

Será que se você desligar o automático, parar de deixar que outros façam ou pensem por você, tomar as rédeas da sua vida fazendo escolhas mais conscientes, tanto na vida profissional, quanto na vida pessoal, você sofrerá menos com as “obrigações” que a vida lhe deu?

 

Vamos pensar mais sobre isso?