Robson Komochena

Cotidiano, política e a história de Rio Negro, Mafra, Itaiópolis e região sob o olhar polêmico e irreverente do jornalista.

Afinal de contas: “é pavê, ou pá cumê?!”

Ao invés da piadinha, antes de servir, alguém vai gritar “espera aí”, para fazer um bom “storie” e postar na sua rede social. E lá, colocar a frase do velho tio, que nem ousa mais brincar.

Foto: Divulgação

 

 

É claro que, ao ler o título, você já deve ter lembrado daquela tradicional piadinha da noite de Natal.

 

Não, talvez, pela piada em si, que é mais do que superada e não chega a arrancar risos. Mas, pela cena que a frase remete na memória: família reunida, avó preocupada que os netos não estão comendo, crianças já com os presentes abertos brincando na sala, aquela velha tia perguntando “dos namoradinhos (as)” e, claro, aquele tio já levemente alterado pelo álcool, que esperou o ano inteiro por esse momento. “É pavê, ou pá cumê?!”

 

Com essa cena renderizada na sua mente, eu ouso, nessa noite de Natal, perguntar: em pleno 2023, ela ainda existe?

 

Bem diferente das memórias dos meus tempos de criança, que assim como o “tio do pavê”, esperava também o ano todo pelo Natal, o que se vê atualmente é uma realidade totalmente inversa de pelo menos duas décadas.

 

Os primos que só se encontravam na casa dos avós, nas datas comemorativas, hoje, estão conectados nas redes sociais, diariamente. Assim como toda a família. Algumas tias, bloqueadas para que não vejam “os namoradinhos”, outras, porque ainda carregam mágoas das eleições de 2022.

 

Ainda, com o advento da tecnologia, a presença numa noite de Natal pode ser substituída por uma chamada de vídeo de 3 minutos. E está tudo certo.

 

E quando, por muita insistência dos avós, a família acaba se reunindo, o ritmo é outro. Celular na mão para estar falando com outras pessoas, enquanto as crianças já brigam pelos controles do videogame.

 

E na hora do pavê, ao invés da piadinha, antes de servir, alguém vai gritar “espera aí”, para fazer um bom “storie” para sua rede social. E lá, colocar a frase do velho tio, que nem ousa mais brincar.

 

Uma abençoada noite de Natal. Os tempos são outros, mas o momento é de de aquecer nossos corações e transmitir a amor a todos que nos rodeiam. Mesmo que virtualmente.

 

Cidade cheia

Uma cena que se se vê no Natal: Riomafra praticamente cheia.

 

Quem foi morar fora, seja para trabalhar, estudar ou ganhar a vida, aporta por aqui nessa época.

 

É tempo de se reunir na casa dos pais ou avós, matar a saudade dos amigos e sentir aquele cheirinho da nossa terra.

 

Mas só para o Natal. Porque, no dia 26, a procura já é pelo litoral.

 

Pra fechar…

Em outros tempos, o destino desta noite era a lendária festa Hanonimato, que começou no Clube Santa Helena e depois, por anos, carregou muita gente para o London Club.

 

Era o evento do ano. Onde se encontravam amigos, inimigos, amores e toda a galera.

 

Uma atmosfera que não tem como descrever.

 

Fotos: Divulgação/Arquivo

 

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