Luiz Gradiz

Especialista em administração de empresas, traz temas e provocações em torno do pensamento e do comportamento humano.

O comércio e o consumismo estragaram o nosso Natal?

Chegou mais um Natal, e você como está? Ansioso pela data ou torcendo para que passe logo?

Foto: Divulgação

 

 

Nos últimos tempos tenho ouvido muita gente dizer que não gosta do Natal, que é uma data de muita correria, que as pessoas estão estressadas, as lojas estão cheias, o transito caótico… A impressão que tenho é que ao mesmo tempo que muitos dizem querer desacelerar, os compromissos natalinos fazem com que tenhamos que correr mais e mais, a ansiedade só aumenta para escolher o presente certo, sem falar na decepção de muitos de nós porque parece que o dinheiro nunca dá para fazer tudo que gostaríamos, não é mesmo!?

 

Fazendo uma análise dos nossos tempos, será que perdemos o “espírito natalino?” Repare que o que questiono não está relacionado diretamente a questão religiosa, mas também a ideia de que o Natal é a data do nascimento, da confraternização, de unir a família e estar junto de quem amamos, ideias comuns, independente de crenças e/ou religiões.

 

A economia capitalista em que vivemos que se sustenta principalmente pelo consumo, ao longo dos anos, tem feito com o que o Natal se tornasse a principal data do ano para vender e “ganhar dinheiro”… Até mesmo leis como a do 13° salário, foram criadas para garantir que todos tenham recursos para presentear suas famílias.

 

Pensando sobre esse aspecto, será que o incentivo ao consumismo tem sido fator para que o “nosso Natal” esteja perdendo o “encanto”?

 

Penso que a lógica da venda e consumo é importante demais para nossa sobrevivência. As empresas desenvolvem soluções todos os dias para resolver nossos problemas e acho legítimo que ganhem dinheiro por vender essas soluções. Isso faz com que empregos sejam gerados, mais pessoas tenham renda, com isso o dinheiro roda na economia e traz desenvolvimento, movimento que cria um círculo virtuoso de crescimento social e econômico. Claro, não podemos esquecer dos tantos problemas que temos como a desigualdade social por exemplo, contudo nosso foco hoje é o convite a refletir sobre o quanto o “Natal comercial”, tem apagado a chama do “Espírito Natalino”.

 

Acredito que temos que ser vigilantes para não deixar que as armadilhas do status, da ganancia e do consumismo desfreado, possam ofuscar os reais motivos do Natal que são celebrar a vida, confraternizar… através dos presentes, expressar nosso carinho para quem amamos e que a questão do “Natal comercial” possa coexistir com o “espírito Natalino”… que nesses dias, lembremos do importante “espírito Natalino”, na fila, no trânsito, no atraso, na reunião com aquele familiar difícil, na ausência da família, lembrando que somos únicos, que todos tem o seu valor e assim manter as chamas da paz, da esperança e da união acesas, fazendo desse Natal o melhor de todos, afinal os que já passaram são apenas lembrança, os que virão só existem na imaginação e o único que existe é esse, hoje, no presente… Aproveite seu presente!

 

E aí, como tem pensado e passado esses dias que antecedem o Natal?

 

Vamos pensar mais sobre isso?