Advogado fala sobre os desafios da profissão e sobre o futuro do Observatório Social de Mafra

Em entrevista ao Riomafra Mix, Francisco Kenji Nishioka também avaliou o cenário político municipal e nacional.

 

 

O advogado Francisco Kenji Nishioka, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mafra, foi o convidado desta semana do quadro “Dois Dedos de Prosa” do Riomafra Mix, em parceria com a rede de postos M7. Durante o bate-papo, Francisco falou sobre os desafios da advocacia, o cenário político atual e o futuro do Observatório Social de Mafra.

 

Para Francisco, ser advogado em um mercado tão competitivo exige coragem e honestidade. “Para nos destacar em um mercado com tantos profissionais, precisamos buscar um diferencial. Quanto mais você se dedicar e prezar pela integridade do seu trabalho, mais clientes você vai conquistar”, disse.

 

Em relação às regras de propaganda na advocacia impostas pelas comissões de ética da OAB, Francisco disse que elas limitam o trabalho dos advogados, mas são necessárias para evitar a mercantilização da profissão. “O advogado precisa trabalhar dentro da ética e é por isso que a OAB colocou normativas para restringir alguns tipos de publicidade. A gente não pode estar em outdoors, como acontece nos Estados Unidos, por exemplo. A nossa divulgação é mais no boca a boca”, pontua.

 

Francisco também comentou sobre o título que recebeu de advogado mais atuante de Mafra no final do ano passado. “Eu fico muito grato pelo reconhecimento e receber esta homenagem não me envaidece. Não faço nada para a aparecer e todas as coisas que conquistei e as funções que exerci vieram naturalmente”, afirmou.

 

Quando questionado sobre o cenário político, Francisco demonstrou preocupação com o futuro do país. “A gente espera que um governante escolha pessoas técnicas para compor seu governo. E estamos vendo justamente o contrário. A economia também está estremecida e muitas empresas estão fechando. O cenário nacional pra mim não é dos melhores e acho que o Brasil pode acabar regredindo em alguns aspectos”, pontua.

 

Já em relação ao cenário municipal, ele destacou a importância da população focar nas demandas locais e reivindicar melhorias na cidade. “A gente pode fazer nossa parte, ajudando a gestão do município, reivindicando ações e contribuindo para a melhoria do município. Muitas vezes as pessoas vão para as redes sociais e partem para o ataque, porque simplesmente querem ser oposição; e não porque realmente querem mudanças”, disse.

 

Por fim, o advogado, que foi um dos fundadores do Observatório Social de Mafra, lamentou o fato da instituição ter perdido força no município. A entidade é responsável por fiscalizar o que é feito com o dinheiro público, melhorando a gestão pública.

 

“Foi muito difícil criar o Observatório, porque ele não é bem visto pela governança. Quem assume a gerência de uma instituição como esta, corre o risco de ser perseguido. Felizmente, com o apoio de entidades, conseguimos criar o observatório e ter resultados bastante positivos. No entanto, a iniciativa perdeu um pouco da sua força. Hoje, o OSB já não tem local próprio e os recursos que tinha antes. Há pessoas interessadas em mantê-lo em funcionamento, mas já não temos muito apoio e adesão. Talvez porque as pessoas têm medo de represálias políticas ou porque estão em uma situação cômoda. Tem muita gente boa na nossa sociedade que foca sua energia em outras coisas quando poderia focar no Observatório Social. A instituição é uma ferramenta importantíssima para a cidade e precisa ser fortalecida, até porque é de interesse da população saber o que fazem com o dinheiro público, o dinheiro do povo”, pontuou.