Em ato de vandalismo, imagem de santa é quebrada em igreja centenária

“Não tem como colocar uma grade na frente da santa, ficamos à mercê do vandalismo”, lamentou o padre Evandro Bernat.

Imagem fica em uma gruta, ao lado da antiga paróquia. Fotos: Robson Komochena

 

 

A imagem de uma santa que fica em uma gruta, ao lado da centenária Paróquia Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, em Itaiópolis, foi alvo de vandalismo. O caso aconteceu por volta das 5 horas da manhã de sexta-feira (19).

 

Segundo o Boletim de Ocorrência, um homem com visíveis sinais de alteração chegou no local e começou a jogar vasos e velas em uma fonte, até que quebrou as mãos de uma das imagens.

 

A Polícia Militar foi chamada e o suspeito, de 39 anos, foi detido e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, junto com as peças quebradas.

 

 

Para o padre Evandro Bernat, responsável pela paróquia, o ato desrespeita a religiosidade e a crença das pessoas. “Cada um tem a sua crença e deve permanecer naquilo que acredita e faz bem. É um ato de vandalismo, de violência contra um sentimento que as pessoas carregam. São muitas as pessoas que vem até esse local, para fortalecerem sua fé, sua espiritualidade”, destacou.

 

Segundo o pároco, a sociedade está carente de valores e princípios. “Além de ser um desrespeito com aquilo que as pessoas que carregam de mais nobre dentro de si, que é a fé e a espiritualidade, é um desrespeito também ao bem público. Tudo que foi colocado ali é fruto de doações, esforço e dedicação de pessoas da comunidade”, contou.

 

Bernat explicou que a paróquia vai buscar a restauração da imagem, mas teme outros atos. “A gente vai restaurar essa imagem, para que tudo volte como era antes. Mas sempre com essa insegurança, pois não tem como colocar uma grade na frente da santa, ficamos à mercê do vandalismo”, concluiu.

 

 

Penas mais severas para intolerância religiosa

Uma lei sancionada em janeiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou mais severas as penas para crimes de intolerância religiosa.

 

A lei, agora, prevê pena de 2 a 5 anos para quem impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas. A pena será aumentada a metade se o crime for cometido por duas ou mais pessoas, além de pagamento de multa.

 

Antes, a lei previa pena de 1 a 3 anos de reclusão.