Apesar de impasse entre Norte Sul e CIMU, transporte está garantido em Riomafra; entenda

A viação Norte Sul acusou o diretor do CIMU de furtar itinerários e passar para outra empresa. Robinson Feres diz que o contrato está encerrado e o transporte está sobre interferência do Consórcio.

Foto: Robson Komochena/Divulgação

 

 

Um ano após sua retomada, o transporte público em Riomafra volta a ser tema de polêmica, trazendo incertezas entre seus usuários.

 

De acordo com o Consórcio Intermunicipal de Mobilidade Urbana (CIMU), o contrato com a viação Norte Sul se encerrou na última sexta-feira (22) e desde então, o transporte público em Riomafra está sob sua intervenção.

 

No sábado (23), a situação se agravou com a busca e apreensão de alguns ônibus da frota, que estavam na garagem da empresa. O pedido de reintegração de posse foi feito pela empresa New Buss Serviços e Comércio de Veículos, que aluga os ônibus para a Norte Sul.

 

O processo corre em segredo de justiça, mas a locatária alega falta de pagamento dos aluguéis, enquanto a Norte Sul afirma estar em demanda judicial pela cobrança de juros abusivos.

 

A viação Norte Sul também informou que entrou com pedido de Liminar Judicial, que ainda não foi julgado, para continuidade do serviço.

 

Em paralelo, um Boletim de Ocorrência foi registrado na Polícia Civil contra o diretor do CIMU, Robinson Feres, pela empresa Norte Sul. De acordo com o relato, no momento em que ocorria a busca, Feres entrou nas dependências da empresa sem autorização dos proprietários e retirou da parede os horários de ônibus.

 

Ainda, segundo o BO, a Norte Sul alegou que uma terceira empresa foi no local retirar os ônibus sob a supervisão de Feres, e considerou essa participação indevida.

 

Posicionamento da viação Norte Sul

Em nota, a viação Norte Sul afirmou que notícias infundadas circularam nas últimas horas e deu sua versão sobre os fatos:

 

“Em primeiro lugar a empresa viação Norte Sul está em demanda judicial contra a empresa proprietária dos ônibus por execução de cobrança e juros abusivos. Em segundo lugar, a empresa não tem dívida trabalhista e nem salários atrasados. Em terceiro lugar, nenhum ônibus foi retirado em circulação, todos entregamos na garagem. E, em quarto lugar: o contrato de serviços prestado com excelência pela empresa Norte Sul se encerrou ontem, o qual estamos com pedido judicial”, afirmou a nota.

 

A empresa também informou não saber o motivo que as medidas foram tomadas pelo CIMU, e afirmou ter pretensão de renovar o contrato. “Para dar seguimento ao atendimento dos serviços prestados a população, a empresa adquiriu 15 ônibus mais novos, que irão compor a frota”.

 

A nota também afirmou que é falsa a notícia de que a população está sem o serviço de transporte. “Se não bastasse tudo isso, o diretor do CIMU fez tudo para colocar outra empresa no nosso contrato e os quais estão rodando sem nem ao menos conhecer os itinerários e o próprio Robinson furtou material da empresa para passar a outra empresa, como consta, inclusive, em Boletim Policial”.

 

“Os funcionários da empresa estão sendo convidados pelo próprio diretor do CIMU em parceria com a concorrência para abandonarem seus postos de trabalho, no claro propósito de desestabilizar a empresa e impedir a renovação do contrato, mesmo com nova frota, por falta da mão de obra dos seus funcionários. Induzindo inclusive os funcionários a serem demitidos por justa causa para irem trabalhar com eles”, destacou o texto.

 

Posicionamento do CIMU

O Consórcio Intermunicipal de Mobilidade Urbana (CIMU), também emitiu uma nota, com sua versão sobre os fatos:

 

De acordo com o texto, o serviço de transporte coletivo foi encerrado no último dia 22 de julho. “Referida autorização poderia ser prorrogada, por até mais 12 meses, à empresa viação Norte Sul, desde que esta apresentasse os documentos necessários para a sua renovação, nos termos exigidos pela Lei. Entretanto, chegou ao conhecimento do Consórcio que os veículos utilizados para a realização do serviço de transporte público pela empresa estavam sendo objeto de processo de busca e apreensão e reintegração de posse, através do processo judicial de nº 5001456-59.2022.8.24, em virtude do não pagamento dos valores inerentes aos seus aluguéis”.

 

“Ao ter ciência de tal situação, com a razão de garantir a proteção do interesse público e a manutenção do serviço de transporte público, procedeu-se, através do CIMU, a intervenção na prestação do serviço de transporte público de Mafra e Rio Negro, com a razão de não ocorrer a sua suspensão” destacou.

 

O CIMU também garantiu que o transporte público não será suspenso, e que haverá sua continuidade, especialmente nas suas principais linhas.

 

Posicionamento do diretor do CIMU

Questionado pela reportagem do Riomafra Mix, Robinson Feres disse não ter conhecimento do registro de nenhum Boletim de Ocorrência.

 

Feres confirmou que estava na empresa durante a busca e apreensão exercendo seu papel de diretor do CIMU. Ele também confirmou que retirou as tabelas de horários que estavam do lado de fora do escritório da empresa.

 

Ainda, segundo o diretor do CIMU, a empresa proprietária dos ônibus realocou os veículos em outra garagem, trouxe mecânicos e motoristas de Curitiba para dar continuidade no serviço.

 

Também questionado sobre a legalidade da ação e sobre o futuro do transporte público em Riomafra, Robinson Feres afirmou que uma reunião, às 14 horas desta segunda-feira (25), entre os prefeitos, procuradores e secretários das duas cidades, juntamente com o CIMU, deverá definir a situação.

 

Nota da Prefeitura de Mafra

Através das redes sociais, a Prefeitura de Mafra informou que o transporte público não será suspenso e garantiu sua continuidade, especialmente nas principais linhas.

 

O texto ressaltou que o contrato de autorização para a realização do transporte público com a viação Norte e Sul está encerrado, e que o serviço se encontra, no momento, sob a intervenção do CIMU.

 

A nota também replicou a manifestação oficial do CIMU, citada acima.