Polícia Civil de Mafra alerta população sobre golpes mais frequentes registrados na região

Segundo o delegado regional Nelson Vidal, desconfiar de vantagens exorbitantes é a primeira regra para não cair em golpes.

Foto: Divulgação

 

 

Casos de golpes são cada vez mais frequentes, seja pessoalmente ou pela internet. Em entrevista exclusiva ao Riomafra Mix, o delegado regional da Polícia Civil de Mafra, Nelson Vidal, pontuou as situações de estelionato mais frequentes registradas na região.

 

Segundo Vidal, um dos golpes mais corriqueiros é o golpe do falso link. Através de mensagens os criminosos dizem que a vítima se enquadrou para o recebimento de alguma promoção, sorteio ou auxílio emergencial.

 

“O criminoso encaminha um link para que a vítima receba o benefício. Em seguida, ela é redirecionada para sites falsos de cadastros ou páginas que permitem a instalação de aplicativos maliciosos no telefone, todos com objetivo de obter informações pessoais da vítima”, pontua.

 

Outro caso recorrente é o chamado golpe das nudes ou ‘sextorção’. Neste caso, a maioria das vítimas são homens de meia idade ou mais, casados e com círculo familiar. O golpista utiliza um perfil falso, muitas vezes com a fotografia de uma jovem bonita e atraente.

 

A moça encaminha fotos íntimas suas e pede para que a vítima faça o mesmo. A partir daí, outro golpista entra em cena: o suposto pai ou padrasto da jovem, alegando que ela é “menor de idade” e que a vítima estaria cometendo um crime.

 

“Para que o caso não seja levado à polícia ou para que as fotos íntimas e as conversas privadas não sejam compartilhadas, o golpista exige que seja paga certa quantia em dinheiro por meio de depósito bancário. Em Mafra, vítimas já chegaram a pagar R$ 200 mil para os golpistas, temendo que estas conversas de cunho sexual viessem a público”, afirma Vidal.

 

Outra situação frequente é o golpe do falso sequestro, que ocorre através de ligação telefônica. Criminosos ligam para a vítima, afirmando que um suposto familiar foi sequestrado e solicitando o depósito de valores para libertá-lo. “A primeira coisa a se fazer neste caso é desligar o telefone e tentar entrar em contato com este familiar para ver se ele está bem. Ou ainda, pedir ajuda a alguém próximo para entrar em contato com o familiar”, pontua.

 

Na modalidade presencial, o golpe mais comum é o do bilhete premiado, que muitas vezes ocorre pela ganância da própria vítima. Nestes casos, a vítima, geralmente idosa, é abordada na rua por uma pessoa que diz ter um bilhete de loteria premiado.

 

O suposto ganhador da loteria alega ter medo de ser enganado na hora de resgatar o prêmio ou que tem ações na justiça que o impediriam de recebê-lo. Então, ele sugere que a vítima fique com o bilhete premiado, mas, em contrapartida, repasse algum dinheiro para o suposto ganhador. Depois que a vítima realiza o depósito, descobre que o bilhete é falso.

 

“Por incrível que pareça, muitos idosos caem nesse golpe e acabam pagando quantias de R$ 10 a R$ 100 mil pelo falso bilhete. Muitas vezes, na delegacia, a vítima alega que foi drogada ou agredida por vergonha de dizer que agiu com ganância, esperando tirar uma vantagem da situação”, afirma o delegado.

 

Segundo Vidal, a primeira regra quando um fato inesperado acontece é sempre desconfiar, principalmente quando existe uma vantagem exorbitante por trás dele.

 

“Se você se depara com uma oportunidade e pensa que terá um ganho enorme, provavelmente está caindo em um golpe. Nada nessa vida vem de graça. Se algo vem fácil de mais, é motivo para desconfiança. Além disso, a pessoa precisa se pautar pela honestidade e pelo caráter. Quem está sempre tentando obter vantagem e ganhar dinheiro fácil, geralmente são as primeiras pessoas a caírem em golpes e terem prejuízos”, afirma.

 

Proteja-se dos Golpes

Recentemente, a Polícia Civil de Santa Catarina lançou a apostila “Proteja-se dos Golpes”, com informações sobre como os criminosos agem ao abordarem suas vítimas nestes esquemas.

 

Além de conter a descrição de 17 tipos diferentes de golpes, o material também apresenta formas de se prevenir e o que fazer caso a pessoa já tenha se tornado uma vítima.

 

Confira a apostila na íntegra: