Turma da Escola Santo Antônio se reúne 10 anos depois para abrir cápsula do tempo

Ex-alunos se reencontraram para reler cartas escritas quando todos estavam no terceiro ano do ensino médio.

Fotos: Divulgação

 

 

Voltar no tempo e abrir uma caixa com planos e sonhos de 10 anos atrás. Foi o que um grupo de ex-alunos da Escola de Educação Básica Santo Antônio, fez no sábado (4), quando se reuniu para reler cartas escritas quando todos estavam no terceiro ano do ensino médio.

 

A cápsula do tempo foi criada em 2012 sob supervisão da professora de Artes, Raquel Regina Rosa Buch. Os alunos em questão inauguraram as primeiras turmas de ensino médio da escola e criaram na época um grupo de teatro juntamente com a professora. “Eles participavam de todas as atividades escolares e tinham orgulho de serem os primeiros formandos do ensino médio”, conta Raquel.

 

Turma montou um grupo de teatro na escola.

 

Ao ver a união da classe, a professora sugeriu que a turma fizesse uma cápsula do tempo que seria aberta 10 anos mais tarde. “Eles colocaram nas cartinhas mensagens de amizade, gratidão e o que esperavam para o futuro”, disse Raquel.

 

Segundo a professora, a cápsula do tempo convida os alunos a refletirem sobre suas vidas e sobre o futuro.

 

“A escola deve ser um espaço seguro, onde o aluno se sinta acolhido e passe por experiências significativas que contribuam para sua construção como indivíduo. Além de garantir um encontro no futuro, queria com esta iniciativa, marcar a passagem deles pela escola”, conta.

 

Alunos inauguraram as primeiras turmas de ensino médio da escola.

 

O reencontro

A data escolhida para a abertura da cápsula foi 4 de fevereiro de 2023. Muitos dos alunos não puderam comparecer, mas alguns chegaram a vir de longe para celebrar o reencontro, que aconteceu no Parque Ecoturístico São Luís de Tolosa, em Rio Negro.

 

 

Entre momentos de emoção e risadas, os velhos amigos relembraram da época em que passavam quase todos os dias juntos.

 

A ex-aluna Lislaine Albrecht colocou na cápsula uma foto da turma e uma carta, onde falava sobre os amigos próximos e o que achava que iria acontecer nestes 10 anos. “Não lembrava o que tinha escrito, mas foi muito legal ver o que eu imaginava para meu futuro e perceber o quanto mudei”, conta.

 

Para Lislaine, foi muito especial reencontrar os colegas de turma e acompanhar a evolução de cada um. “Comentamos que seria legal nos reunirmos pelo menos a cada 5 anos e espero que consigamos fazer acontecer. Foi uma tarde especial e muito divertida. Pudemos relembrar histórias, dar risadas e matar a saudade daquele tempo que era tão bom, onde não tínhamos tantas obrigações e preocupações”, pontua.

 

 

A ex-aluna, Amanda Gavronski, também compartilha deste sentimento. Ela colocou apenas uma carta na cápsula, onde falava sobre seus amigos da época.

 

“Infelizmente acabei me afastando de quase todos, mas a vida tem dessas. As pessoas tomam rumos diferentes, mas estou feliz de saber que todos estão bem. Achei que teria escrito mais a meu respeito, mas o pouco que escrevi deu para notar a mudança gigantesca. Evoluí bastante como pessoa e sei o quanto o tempo me fez bem”, disse.

 

Segundo Amanda, foi incrível rever e trocar experiências com os antigos colegas. “Alguns eu acompanhava pelas redes sociais, mas admito que outros eu nem lembrava o nome. Até porque 10 anos são 10 anos, não é?”, comenta. Para a jovem, a época da escola é um marco na vida de qualquer pessoa. “Sinto falta de quando minha única responsabilidade era ir para a escola e passar de ano e de quando não tinha boletos para pagar”, conta aos risos.

 

Cápsula do tempo estava fechada desde 2012.

 

O ex-aluno, Jean Smekatz, vive atualmente em São Paulo. Mesmo morando longe, ele fez questão de comparecer ao reencontro. Na cápsula, Jean colocou uma carta, fotos, a camiseta do uniforme do Santo Antônio e uma sapatilha de dança.

 

“Em geral, disse na carta que iria cursar Design de Interiores, mas acabei cursando Moda. Também disse que moraria em Joinville, o que de fato aconteceu. Vivi lá por quase 10 anos e recentemente mudei para São Paulo. Disse ainda que não iria parar de dançar. Acabei parando, mas me descobri artista visual. Hoje produzo pinturas e instalações”, conta.

 

Na carta, Jean disse que seu sonho era conhecer outras culturas e países, o que de fato se concretizou. Nestes 10 anos, o jovem passou por lugares da Europa, África e América Latina.

 

Ele também citou na carta que o mundo acabaria em 2012, por conta da profecia maia que repercutiu na época. “Pelo visto não acabou… Estamos aqui, não é?”, ironiza.

 

Como vive fora de Mafra há anos, o jovem mantém contato apenas com uma das colegas, com quem compartilha uma amizade de 15 anos. “Foi muito nostálgico reencontrar o pessoal e fico feliz de abrir a cápsula e ter cumprido grande parte do que tinha escrito. Sinto falta de viver sem os compromissos da vida adulta, mas amadurecer faz parte da jornada. Acredito que vivi intensamente todos esses anos até aqui”, concluiu.