Comunidade médica teme retrocessos na política de controle do tabaco e cigarros eletrônicos

Entidades exigem medidas mais rigorosas para fiscalização de quem viola a resolução que proíbe a venda dos chamados “vapes”.

Foto: Divulgação

 

 

Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), também conhecidos como “vapes” ou “pen-drives”, estão preocupando a comunidade médico-científica brasileira. Cerca de 15 entidades médicas se uniram pela manutenção da proibição da comercialização destes aparelhos no país.

 

As entidades pedem que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está em processo de revisão da autorização de venda do produto, não mude as determinações estabelecidas em 2009.

 

A principal razão para a posição da comunidade médica é o conjunto de estudos científicos internacionais que apontam os malefícios destes dispositivos. Dentre eles, destaca-se uma pesquisa realizada pela Universidade de Nova Iorque, que sugere que os cigarros eletrônicos podem causar câncer de pulmão, assim como o tabaco comum.

 

Outro estudo conduzido pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças nos Estados Unidos alertou sobre os perigos das inflamações pulmonares causadas pelo vapor gerado pelo cigarro eletrônico.

 

Além disso, segundo as entidades, o cigarro eletrônico também pode conter nicotina, substância altamente danosa ao organismo.

 

Em 9 de maio de 2022, representantes de 49 entidades médicas já haviam se manifestado contra os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), destacando a importância de preservar a saúde pública.

 

Embora a venda dos cigarros eletrônicos seja proibida desde 2009 de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 46 da Anvisa, ainda é possível encontrar os produtos à venda em lojas físicas e online no Brasil.

 

“A comunidade médico-científica brasileira espera que o governo federal adote medidas eficientes contra esse desrespeito à legislação e à saúde da população. Os cigarros eletrônicos não podem reverter décadas de esforços da política de controle do tabaco no país”, afirmam as entidades, em nota.

 

O grupo também exige medidas de fiscalização mais rigorosas e punição para aqueles que violam a resolução. “A comunidade científica e de saúde pública brasileira só espera uma coisa da Anvisa: que não libere a comercialização dos DEFs no Brasil e que exerça seu papel de proteger a saúde da população brasileira”, apelam.