Governo proíbe uso de animais em testes de cosméticos e perfumes

Resolução obriga o uso de métodos alternativos reconhecidos pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal.

Foto: Divulgação

 

 

Animais vertebrados, como cachorros, ratos e coelhos, não poderão mais ser usados em pesquisa científica nem no desenvolvimento e controle de qualidade de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A resolução foi publicada na edição desta quarta-feira (1) do Diário Oficial da União.

 

A medida não afeta o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, mas serve para regular testes de produtos que já têm em suas formulações ingredientes ou compostos com segurança e eficácia comprovadas cientificamente. As novas regras têm vigência imediata.

 

A resolução foi aprovada em dezembro do ano passado e assinada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que preside o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), na terça-feira (28).

 

A coordenadora do Concea, Kátia De Angelis, considera a norma um avanço que alinha o Brasil à prática internacional. “A resolução terá um impacto muito positivo, pois responde a uma demanda da comunidade em geral, das sociedades protetoras dos animais, indústria e cientistas, e vai ao encontro da legislação internacional, como da comunidade europeia”, afirma.

 

A coordenadora também ressalta o papel do Concea em aprovar métodos alternativos aos testes em animais desde a sua criação, tendo reconhecido mais de 40 técnicas. “Vale destacar que o fato de o Concea obrigar o uso de métodos alternativos para novos ingredientes, o que preserva a possibilidade de pesquisarmos nossa biodiversidade e avançar ainda mais neste setor, permitindo estudo de novas moléculas, com todos os critérios éticos, em território nacional”, detalha.