Assalto ao Sicoob Crediplanalto: seis pessoas são condenadas

Condenações em primeira instância vão de 17 à 23 anos de reclusão. Todos recorreram das penas.

Fotos: Robson Komochena

 

 

Seis pessoas, acusadas de envolvimento no assalto ao Sicoob Crediplanalto, foram condenadas em primeira instância pela Vara Criminal da Comarca de Mafra.

 

Somadas, as penas ultrapassam 120 anos. Entre os crimes julgados, estão o de latrocínio, corrupção de menores e adulteração de sinal identificador de veículo.

 

O crime aconteceu em 14 de novembro de 2022, na rua Tenente Ary Rauen, no Alto de Mafra.

 

Na ação, um casal e um menor de idade invadiram a agência e anunciaram o assalto. Durante o crime, o vigilante foi baleado pelo menor, que conseguiu entrar armado na agência, utilizando de uma cadeira de rodas para burlar o sistema de segurança.

 

 

O grupo ainda era formado por outros três homens e uma mulher, que agiram na busca por informações e, com dois carros, aguardavam a conclusão do crime para realizar a fuga, usando dois veículos.

 

O crime foi frustrado pela rápida ação das forças de segurança. Em poucos minutos, a agência foi cercada pelas polícias Militar e Civil de Mafra, junto com o apoio das polícias Militar de Rio Negro e Rodoviária Federal. Uma negociação foi realizada e, o trio se rendeu.

 

O quarto envolvido foi preso instantes após, em um dos carros, no estacionamento de um supermercado. Na mesma tarde, um quinto integrante do grupo foi detido no terminal rodoviário, onde tentava contato com terceiros em busca de resgate.

 

Já à noite, um casal foi abordado e preso pela PRF na BR-280, em um dos veículos suspeitos. Além de uma munição calibre 38, foram encontradas braçadeiras de nylon e o homem estava com tornozeleira eletrônica.

 

Em um dos veículos, os criminosos usaram uma fita isolante para alterar um dos números da placa original, passando do final “1768” para “1788”.

 

 

Sentenças

Os réus foram sentenciados pelo juiz André Luiz Lopes de Souza, da Vara Criminal da Comarca de Mafra, e receberam as seguintes penas:

 

– Uma das mulheres, de 27 anos, natural de Joinville, foi sentenciada a 17 anos e 8 meses de reclusão.

 

– A segunda mulher, de 24 anos, natural de Joinville, recebeu pena de 19 anos, 8 meses e 13 dias de reclusão, além de mais 8 dias multa.

 

– Já o homem de 22 anos, natural de Joinville, foi condenado a 22 anos, 11 meses e 23 dias de reclusão.

 

– O homem de 36 anos, natural de Curitiba, recebeu pena de 23 anos, 10 meses e 12 dias de reclusão; mais 11 dias multa.

 

– O quinto envolvido, de 21 anos, natural de Esperantina (PI), teve condenação de 22 anos, 11 meses e 23 dias de reclusão.

 

– E, o sexto integrante do grupo, de 26 anos, natural de Araquari, recebeu pena de 19 anos, 8 meses e 13 dias de reclusão; mais 8 dias multa.

 

Também foi decretada a perda do Chevrolet/Corsa Sedan Joy e Renault/Clio Sedan, em favor da União, “haja vista que consistem em instrumentos dos crimes”, pontuou o magistrado.

 

Trabalho intenso de investigação

Segundo o delegado Cassiano Tiburski, responsável pela Divisão de Investigação Criminal e Delegacia Regional de Mafra, foram feitas diversas diligências desde que o crime ocorre.

 

“As pessoas foram presas em flagrantes no mesmo dia do crime, através de uma força tarefa das polícias Militar, Civil e Rodoviária Federal e continuam detidas até o julgamento. Nos decorrer desses meses, foram feitas diversas outras diligências, onde buscamos provas e a confirmação do envolvimento dessas pessoas”, destacou.

 

Ainda, segundo Tiburski, foram analisados os celulares apreendidos, inclusive de terceiros, que mostram a cadeia de envolvimento dos acusados.

 

“A Polícia Civil segue investigando e coletando indícios sobre o mandante do assalto, o mentor que deu todo o subsídio para que crime fosse realizado”, concluiu.

 

Recursos

Todos os condenados recorreram da decisão e aguardam data de julgamento em segunda instância.

 

O Ministério Público de Santa Catarina, através do promotor Saulo Henrique Alessio Cesa, também entrou com Recurso de Apelação, onde pede aumento das penas dos seis condenados.