Campanha de vacinação contra a covid-19 completa dois anos em Riomafra

Apesar dos avanços da vacinação, municípios ainda sofrem com a baixa adesão da população às vacinas.

A enfermeira Anna Paula Kühl Alves foi a primeira vacinada em Rio Negro. Fotos: Robson Komochena

 

 

Há dois anos, iniciava em Riomafra a campanha de vacinação contra a covid-19, após dez meses da confirmação dos primeiros casos da doença no país.

 

No dia 20 de janeiro de 2021, a enfermeira e diretora da Vigilância Epidemiológica, Anna Paula Kühl Alves foi a primeira pessoa a receber a vacina em Rio Negro. Já em Mafra, o médico Samir Ahmad Mussa Junior e os técnicos de enfermagem, Fernando Pilati e Daiane Pires dos Santos, foram os primeiros imunizados.

 

Médico e técnicos de enfermagem foram os primeiros imunizados em Mafra.

 

Na época, os municípios tiveram que seguir o Programa Nacional de Imunizações (PNI), vacinando inicialmente idosos e profissionais de saúde. Com o passar do tempo e a produção e chegada de mais doses, outros grupos profissionais foram incluídos na lista prioritária, até que a vacinação alcançasse todas as faixas etárias.

 

Nestes dois anos, Mafra já aplicou cerca de 122.347 doses. De acordo com a Vigilância Epidemiológica, 48.696 pessoas receberam a primeira dose, 46.602 tomaram a segunda, 24.699 receberam a terceira e somente 2.350 foram imunizados com a quarta.

 

Já em Rio Negro, foram aplicadas cerca de 68.572 vacinas. Ao todo, 26.858 pessoas receberam a primeira dose, 24.341 tomaram a segunda e 1.098 foram imunizados com a dose única. Já no esquema de reforço, 14.960 tomaram a terceira dose e apenas 1.315 a quarta.

 

Segundo a diretora da Vigilância Epidemiológica de Rio Negro, Anna Paula Kühl Alves, nestes dois anos, a eficácia das vacinas foi comprovada, evitando casos graves e ajudando a salvar milhares de vidas. “Hoje, a população pode até contrair a covid-19, mas a maioria não progride para casos de maior gravidade. Eu continuo uma grande defensora da vacina e fico muito lisonjeada de ter sido a primeira vacinada do município. Sei que este ato incentivou muitas pessoas que me conhecem como pessoa e profissional”, disse.

 

Segundo a enfermeira, apesar dos avanços da vacinação, a cobertura vacinal segue cada vez mais baixa em toda a região.

 

“Ninguém nunca se questionou antes sobre as vacinas da febre amarela, tríplice viral ou antitetânica. Não é porque a vacina da covid foi produzida rapidamente, que não precisou passar por todas as etapas que o processo exige. Hoje, muitas pessoas ainda têm medo de se vacinar e estamos sofrendo uma baixa adesão na imunização. A maioria não volta para receber suas terceiras e quartas doses”, disse.

 

Ainda de acordo com Anna, a baixa procura faz com que a imunização não tenha grande impacto e que os casos de contaminação sigam aumentando.

 

“A grande maioria dos pacientes que chegam hoje na Base Covid pararam o esquema na segunda dose ou nem tomaram nenhuma. Também temos muitos casos de pais que não querem vacinar seus filhos. Isso só contribui para o crescimento dos casos. Deveríamos ser mais gratos pelo SUS por nos fornecer esta dádiva de graça e reconhecer o impacto positivo que a vacinação trouxe para toda a sociedade”, concluiu.