Fazenda experimental de Rio Negro: um legado de ensino e pesquisa florestal

Estação instalada pela Universidade Federal do Paraná desenvolve atividades de ensino e pesquisa florestal no município desde a década de 60.

Fotos: Divulgação

 

 

Na década de 60, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) instalou uma fazenda experimental em Rio Negro para atividades de ensino e pesquisa florestal que está em funcionamento até hoje.

 

Segundo o professor responsável pela estação, Richardson Ribeiro, o desenvolvimento de técnicas que melhoraram o cultivo e a administração das florestas no Brasil teve grande impulso na década de 60, com a criação do curso de graduação em Engenharia Florestal da UFPR, em Curitiba.

 

O que muitas pessoas não sabem é que Rio Negro tem enorme contribuição para o sucesso dos cursos das áreas florestais, pois em 1966 foi instalada uma estação experimental no município, em frente ao Colégio Agrícola. A estação é coordenada pelo departamento de Ciências Florestais e pelo departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal, sob gerência do setor de Ciências Agrárias da UFPR.

 

“O espaço serve como um campo experimental ou laboratório a céu aberto, onde são desenvolvidas atividades de ensino prático, extensão e pesquisas florestais, por alunos e professores de diversas universidades do Brasil e de outros países”, explica Richardson.

 

Maior plantio de araucárias nos últimos anos.

 

Um dos primeiros trabalhos científicos na estação ocorreu com a participação da Universidade de Freiburg, da Alemanha, em 1976. Além disso, a fazenda possui diversas espécies de árvores que foram trazidas de diferentes países, com apoio da Organização das Nações Unidas.

 

“Isso tornou a estação experimental de Rio Negro uma unidade modelo no que se refere à condução das áreas florestais existentes no local, sejam florestas nativas ou plantadas, estudadas há décadas por alunos e professores de várias universidades”, aponta o professor.

 

Plantio experimental de araucárias enxertadas

 

Em quase 60 anos de existência, os cursos que utilizam a estação experimental de Rio Negro já titularam mais de 2.962 graduandos de todas as partes do Brasil e do mundo. Só na pós-graduação em Engenharia Florestal são mais de 1.500 alunos, entre mestres, doutores e pós-doutores.

 

Plantio experimental de erva-mate.

 

Patrimônio ambiental

Em termos de florestas, nas áreas da estação são encontradas mais de 160 áreas experimentais, com mais de 20 espécies de coníferas (árvores com folhas finas), bem como um raro plantio de sequoias, e outras áreas com 12 espécies de folhosas, todas para fins de pesquisa, ensino e extensão.

 

Reflorestamento experimental de imbuias com mais de 50 anos.

 

A estação também abrange importantes pesquisas com espécies ameaçadas de extinção como araucária (pinheiro do Paraná), imbuia e xaxins. Na estação, estão plantadas em arranjos experimentais todas as 12 procedências de araucárias existentes na América do Sul, sendo o banco genético mais completo e expressivo do país, constituindo-se de um patrimônio científico inestimável.

 

Experimento com árvores de araucárias e xaxins de regeneração.

 

Quanto à imbuia, a estação de Rio Negro, tem talvez o único e certamente o maior reflorestamento da espécie do planeta, com área de cerca de 3 hectares (30 mil m²), com árvores com cerca de 50 anos, que estão sendo acompanhada há décadas por pesquisadores.

 

Ensino, pesquisa e extensão

Na estação experimental de Rio Negro, dezenas de alunos aprendem todas as técnicas de silvicultura (cultivo das florestas) e manejo florestal (administração das florestas). As atividades desenvolvidas no espaço contemplam técnicas de plantio, poda, desbaste e manutenção de povoamentos florestais, prevenção e controle de incêndios florestais, colheita, industrialização e tecnologia da madeira, entre outras.

 

Aula de Suprimento de Madeira em 2017.

 

Aula de Gestão do Abastecimento Florestal para o curso de Engenharia Florestal em 2010.

 

Atividade de extensão com alunos da Escola Municipal Olavo Bilac de Rio Negro.

 

A iniciativa da UFPR também tem longo histórico de parcerias para o desenvolvimento de ações extensionistas, isto é, atividades que geram a interação da estação com escolas, prefeituras, exército, bombeiros, associações e empresas. Estas parcerias proporcionam a realização de práticas de educação ambiental e serviços ecossistêmicos, garantindo até mesmo o treinamento de alunos de outras escolas e universidades.

 

Apresentação da estação para alunos em 2019.

 

Atividade de extensão realizada com escoteiros do Grupo Escoteiro Falcão Negro.

 

Visitas

Para conhecer a estação, visitas podem ser agendadas com o professor Richardson, pelo fone (47) 99962-9021 ou e-mail [email protected].