Mãe denuncia descaso no atendimento médico de criança em Rio Negro

A secretária de Saúde, Simone Gondro, afirmou que haviam médicos de serviço e que pode ter ocorrido um desencontro de informações.

Após mais de uma hora de espera na ESF Ayres Hirt, mãe foi informada que não haviam médicos. Foto: Robson Komochena

 

 

Uma mãe viveu o drama de mais 12 horas em busca de atendimento e diagnóstico médico para o filho de 2 anos, em Rio Negro.

 

A correria começou na noite de quinta-feira (25), quando a cozinheira Evandina Rosa Silveira percebeu que o pequeno Matheus estava com inchaço no pescoço.

 

Ela, então, levou o filho até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Rio Negro, mas conta que a consulta lhe deixou ainda mais apreensiva.

 

“Recebi três possíveis diagnósticos: de caxumba, infecção no ouvido ou nódulo. O médico aplicou uma injeção para, segundo ele, desinchar, e nos orientou a procurar um posto de saúde na manhã desta sexta-feira, para ser encaminhado para exames. Durante a madrugada, o inchaço aumentou”, contou.

 

Logo cedo, próximo das 7 horas, a cozinheira, que mora no Tijuco Preto, foi até a ESF Antonio Bossi, no Bairro Bom Jesus, mas teve o atendimento negado. “Eles não quiseram nos atender, por não pertencermos ao bairro deles. Contei que precisava apenas de um encaminhamento para fazer um exame no meu filho, mostrei o estado dele, mas, mesmo assim não fomos atendidos”, relatou.

 

Na esperança de um atendimento, a mãe foi com o filho até o ESF Ayres Hirt, no Bairro Alto, mas foi surpreendida pela falta de médico.

 

“Chegamos por volta das 7h15, ficamos na fila e não havia nenhum aviso na parede sobre a falta de médicos. Ficamos aguardando, até que, depois de mais de uma hora, uma moça nos falou que não havia médico. Eu achei um absurdo, eles deveriam pelo menos ter colocado um cartaz no portão, não fazer o povo ficar em pé lá esperando. Perdemos tempo em vão”, desabafou.

 

A terceira tentativa em conseguir atendimento, foi retornar a UPA de Rio Negro. “Voltamos na UPA. Relatei toda a situação e outro médico, que estava no serviço, disse que tinha que aguardar a injeção aplicada na noite anterior fazer efeito”, contou.

 

Sem alternativas, Rosa atravessou a ponte e buscou atendimento na UPA de Mafra, onde finalmente conseguiu uma consulta.

 

“Não tinha o que fazer. Estava a mais de 12 horas tentando um atendimento digno para meu filho. Na UPA de Mafra, em pouco tempo, fomos atendidos”, concluiu.

 

O que diz a Secretaria de Saúde

Após ser indagada pelo Riomafra Mix, a secretária de Saúde de Rio Negro, Simone Gondro, informou que passou a acompanhar a situação de perto.

 

“A coordenadora de Atenção Básica conversou com a mãe da criança e agendou uma consulta para segunda-feira”, destacou.

 

Segundo Simone, haviam dois médicos de serviço na ESF naquele momento.

 

“Na segunda-feira cedo vamos atender a mãe e já solicitei que conversem com a atendente também, para que possamos entender o que aconteceu. Nossa equipe está sempre disponível para atender as necessidades dos pacientes. Como era um dia de muitos atendimentos, talvez aconteceu um desencontro de informações”, explicou.

 

A secretária também informou que a coordenação irá conversar pessoalmente com a mãe para entender melhor o caso.