Paixão pelo radioamadorismo leva aposentado a se dedicar ao voluntariado

Jaime Marquette, 71 anos, encara sua terceira enchente como voluntário em Riomafra.

 

 

A força do voluntariado muitas vezes é impulsionada por paixões pessoais e o desejo de fazer a diferença. O aposentado rionegrense Jaime Marquette, de 71 anos, é um exemplo disso. Enquanto Riomafra enfrenta o impacto das fortes chuvas que castigaram a região nos últimos dias, Jaime se dedica a auxiliar famílias atingidas pelas enchentes no Ginásio de Esportes José Müller, em Rio Negro.

 

O aposentado começou sua jornada no mundo do rádio em 1985 com o serviço de Rádio Cidadão, também conhecido como PX. O serviço de Rádio Cidadão é uma forma de comunicação de curto alcance que permite que indivíduos se comuniquem por meio de faixas de frequência designadas, muitas vezes usadas para comunicação em curtas distâncias em áreas locais.

 

Por volta de 2009, ele deu um passo adiante e ingressou no radioamadorismo, uma paixão que o acompanha até hoje. O radioamadorismo é um hobby que envolve a comunicação por rádio, normalmente utilizando equipamentos de transmissão e recepção de ondas de rádio de alta frequência. No entanto, para se tornar um radioamador, é necessário estudar a legislação, técnicas e passar por provas supervisionadas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Apenas após a aprovação nas provas, é possível atuar na área.

 

Jaime ressalta que, apesar do avanço da tecnologia e da internet tornarem o radioamadorismo restrito, a paixão de muitos radioamadores mantém viva essa forma única de comunicação.

 

Além disso, o radioamadorismo desempenha um papel importante em situações de emergência. O serviço, inclusive, foi o meio de entrada de Jaime no mundo do voluntariado. Em 2011, ele respondeu ao chamado da Defesa Civil durante uma catástrofe nas cidades de Morretes e Antonina, causada por fortes chuvas e deslizamentos de terra.

 

Através da Rede Estadual de Emergência de Radioamadores (REER), ele entrou em contato com a Defesa Civil das áreas afetadas e se ofereceu para ajudar. A REER tem como missão auxiliar a Defesa Civil e outras instituições em ocorrências e desastres que comprometem a comunicação.

 

“Eu fui sozinho até Morretes e trabalhei lá por 15 dias, ajudando famílias desabrigadas da cidade e também de Antonina”, lembra Jaime. “Desde então, me envolvi em ações solidárias aqui em Riomafra após me unir a associações de voluntários. Agora, encaro minha terceira enchente na região. Enquanto houver necessidade e eu tiver forças, continuarei colaborando“, disse.

 

Jaime destaca a importância de ser solidário e ajudar outras pessoas em momentos de dificuldade. “Embora seja um trabalho desafiador, ao retornar para casa após um dia de voluntariado, minha recompensa está na profunda satisfação e alegria que sinto por ter alcançado mais um objetivo. É um lembrete de que todos nós deveríamos cultivar um olhar mais solidário em relação ao próximo, estendendo a mão para ajudar sempre que pudermos, pois são nos atos de bondade que nos sentimos verdadeiramente realizados”, concluiu.