Bombeiros de Itaiópolis aprendem técnicas humanizadas para evitar casos de suicídio

Curso foi ministrado pelo major do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Diógenes Munhoz, que já evitou mais de 50 suicídios com sua abordagem humanizada.

Fotos: Bombeiros Voluntários de Itaiópolis

 

 

Bombeiros voluntários de Itaiópolis participaram neste sábado (5) de um treinamento para abordagem em casos de tentativa de suicídio. A capacitação ocorreu na cidade de Indaial e teve como foco o resgate humanizado de tentantes suicidas.

 

Os participantes conheceram as técnicas apropriadas para acolher e convencer estas pessoas a desistirem de atos que atentem contra suas próprias vidas.

 

O evento foi ministrado pelo major do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Diógenes Munhoz, que já evitou mais de 50 suicídios com sua técnica, que vem sendo difundida em todo o país.

 

 

“Diferente de antigamente, onde tínhamos apenas a abordagem tática, o ato de convencer uma pessoa a desistir do suicídio por meio da abordagem técnica, tem se mostrado muito eficaz e colabora muito na recuperação do paciente”, relatou o major.

 

O curso de Diógenes já foi aplicado em serviços de emergência pública de 20 estados brasileiros e é aberto a profissionais de outras áreas, como médicos, psicólogos, e outras profissões que lidem com o tema diretamente ou indiretamente.

 

A capacitação passa por sete tópicos, incluindo o histórico da abordagem técnica, estatísticas do país, aspectos técnicos e fases da abordagem de dissuasão, diferenças entre grupos de tentantes, prevenção do suicídio e um módulo mais amplo, sobre saúde mental.

 

“Quem passa pelo treinamento aprende, entre outras coisas, a distinguir os tipos de tentantes, que são classificados entre agressivos, psicóticos ou depressivos. Existem sete ferramentas de linguagem e sinais corporais que o abordador pode utilizar. A grande ‘sacada’ da técnica é que não vou falar com depressivo da mesma forma, com os mesmos gestos, que faria ao abordar uma pessoa psicótica”, aponta Munhoz.

 

Outra mudança que ocorreu após a criação do curso é o encaminhamento do tentante. Antes, a pessoa era levada ao pronto-socorro mais próximo. Na maioria das vezes, não era atendida por um psiquiatra, mas por um clínico geral.

 

Hoje, prevê-se o encaminhamento para o CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e a possibilidade de internação. “Quando a pessoa é só medicada e liberada, são grandes as chances de ela tentar suicídio de novo”, reforça.

 

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Itaiópolis, Anderson Oparacz, destacou a importância da capacitação para o atendimento humanizado de pessoas com ideação suicida. “Em Itaiópolis, temos percebido ano a ano, o aumento de atendimento a tentantes suicidas, e o aprimoramento e descoberta de novas técnicas é fundamental para continuar prestando um atendimento de qualidade a nossa comunidade”, pontuou.